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Conheça três negócios da bilionária bioeconomia da Amazônia

Setor pode impulsionar o progresso econômico do Brasil enquanto mantém a floresta e sua fauna protegidas

Por Ernesto Neves Atualizado em 7 ago 2023, 16h01 - Publicado em 7 ago 2023, 09h59

Tema da cúpula de chefes de estado que se inicia nesta segunda-feira (7), em Belém, a Amazônia pode revolucionar a economia brasileira nas próximas décadas.

Isso porque a floresta tropical concentra metade da biodiversidade do planeta, o que faz da região verdadeira potência da bioeconomia.

Ciência do terceiro milênio, trata-se do estudo dos recursos naturais, utilizando alta tecnologia para criar produtos e serviços mais sustentáveis.

Especialistas localizam na Amazônia a região com maior potencial de economia sustentável do mundo, por concentrar metade da biodiversidade planetária.

Segundo a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), pode gerar 1,3 trilhão de reais em faturamento industrial por ano, até 2050. E o melhor de tudo, conservando o verde e toda a sua riquíssima fauna.

“É um novo modelo de desenvolvimento, muito diferente do que foi trazido pela pecuária e só resultou em baixa produtividade e péssimos índices de desenvolvimento humano”, afirma Tiago Falda, presidente da ABBI.

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“A bioeconomia exige alta tecnologia. Isso atrai empregos de qualidade, centros de pesquisa, universidades, multinacionais e grandes empresas”, prossegue Falda.

+ Como a Amazônia pode virar um manancial de negócios altamente lucrativo

Conheça três negócios de alto impacto social desse setor que pode mudar a história da Amazônia – e do Brasil.

Na’kau chocolate, Manaus

Artur Coimbra, do chocolate Nakau: mais de 30 comunidades beneficiadas
Artur Coimbra, do chocolate Nakau: mais de 30 comunidades beneficiadas (Divulgação/Divulgação)

Quando o biólogo Artur Coimbra iniciou a fabricação do chocolate Na’kau, em 2013, o Amazonas não contava com fábricas de chocolate e a produção de cacau era pequena e espalhada pelo imenso território do estado.

Assim, os poucos amazonenses que ainda plantavam o cacau estavam abandonando seu plantio, queixando-se de problemas como estrutura de beneficiamento e péssima logística de escoamento. 

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Isso apesar de o fruto ser endêmico daquela região, tendo sido levada para a Bahia e a África somente no século 19.

Hoje, a realidade é bem diferente. O cacau voltou a ser plantado, agora em áreas misturadas à floresta. A biodiversidade protege o cacau de pragas como a vassoura de bruxa, um problema que dizimou plantações na Bahia.

Já Coimbra produz mais de 7 toneladas de chocolate orgânico por mês, despertando o interesse de compradores não só no mercado brasileiro, como no exterior.

O crescente mercado consumidor fez com que a capacidade produtiva de Coimbra aumentasse 20 vezes nos últimos anos, com incremento de 120% no faturamento.

“Investimos no comércio justo e pagamos mais para os produtores”, afirma Coimbra, que já iniciou exportações de chocolate.

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“Hoje, nosso produto beneficia 30 comunidades ribeirinhas e duas aldeias indígenas”, orgulha-se.

100% Amazonia, Belém

Robôs da linha empacotamento da 100% Amazônia: alta tecnologia em favor da floresta
Robôs da linha empacotamento da 100% Amazônia: alta tecnologia em favor da floresta (Cicero Pedrosa Neto/Divulgação)

Fundado pelas empreendedoras Fernanda Stefani e Joziane Alves, a 100% Amazonia fornece vegetais e elementos químicos encontrados na floresta para diferentes setores, incluindo a indústria alimentícia, de cosméticos e farmacêutica.

A dupla é responsável por fazer a conexão entre os produtores locais, muitas vezes localizados em pontos remotos da Amazônia, e clientes espalhados por todo o Brasil e o mundo.

A empresa já conta com 50 funcionários e faturamento na casa dos 10 milhões de reais.

“Nós temos certificações que garantem o comércio justo. Todos os envolvidos na cadeia produtiva são remunerados como merecem. E, também muito importante, mantemos a floresta em pé”, diz Fernanda.

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Na esteira do crescente interesse pela bioeconomia, a empresa vem passando por saltos de desenvolvimento tecnológico, como a recente construção de laboratório de inovação.

Nas contas de Fernanda, hoje há 50 tipos de produtos diferentes, que são exportados para 69 países.

“Cada novo ingrediente que descobrimos leva até um ano em análise para sabermos suas potencialidades”, afirma a empreendedora.

A indústria de cosméticos e bem-estar é uma das mais avançadas nas pesquisas desses insumos. 

O óleo de açaí, por exemplo, é extraído pela 1oo% Amazônia através de centrifugação e tem altíssima quantidade de antioxidantes.

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“Ele vem sendo utilizado em cosméticos antienvelhecimento multinacionais”, diz. 

Outro destaque, segundo Fernanda, é a manteiga de bacuri, que despertou o interesse de gigantes dos cosméticos como L’Oréal e L’Occitane.

Já o óleo de pracaxi ganhou indicação para combater estrias. 

Nossa Fruits, Paris

Damien Binois, da Nossa Fruits: entre os maiores distribuidores de açaí da Europa
Damien Binois, da Nossa Fruits: entre os maiores distribuidores de açaí da Europa (Divulgação/Divulgação)

Sem dúvida, o produto mais popular e reconhecido da Floresta Amazônia é o açaí.

Em duas décadas, as exportações dessa frutinha rica em proteínas e vitamina C cresceram 15.000%, se espalhando pelo mundo.

Mesmo assim, o francês Damien Binois se surpreendeu ao chegar ao Brasil para um mestrado em gestão de negócios. “Percebi que na Europa não sabíamos nada sobre o açaí”, diz.

Binois, então, decidiu iniciar a importação do açaí ao retornar para a França. Hoje, é dono da Nossa Fruits, uma das maiores importadoras da Europa.

“Começamos em 2014, trazendo apenas 5 toneladas. Em 2022, nossa importação chegou a 400 toneladas”, garante.

Hoje, Binois tem como principal desafio garantir toda a rastreabilidade do açaí que compra, para garantir que não está adquirindo produto de áreas desmatadas. 

Ele também teve de redobrar as explicações aos exigentes consumidores da Europa, que nos últimos anos acompanharam a escalada de desmatamento na região.

“Explicamos que nosso açaí não tem qualquer relação com a destruição da floresta”, diz.

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