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Como formigas inspiraram criação de método para medir profundidade da neve

Camadas de neve no planeta são extremamente importantes para a regulação do clima global

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 Maio 2022, 16h07

Uma equipe de cientistas, incluindo pesquisadores da NASA, a agência espacial norte-americana, encontrou uma forma de estimar a profundidade da neve a partir da órbita inspirados em padrões que formigas têm no subsolo. O artigo sobre o estudo foi publicado no periódico Frontiers in Remote Sensing e a descoberta pode se tornar uma importante ferramenta para monitorar a saúde do planeta em meio à crise climática.

O cientista do Centro de Pesquisa Langley da NASA, Yongxiang Hu, se inspirou na física e na biologia para criar um modelo exclusivo de profundidade da neve. Como referência, Hu se lembrou do estudo que descobriu que o tempo médio que uma formiga anda dentro da colônia antes de voltar é aproximadamente quatro vezes o volume da colônia dividido por sua área de superfície.

“Estudei as propriedades das nuvens e aprendi que os reflexos de luz entre as partículas das nuvens se movem aleatoriamente, semelhantes ao movimento das formigas dentro de sua colônia. Então, pensei que a teoria das formigas também poderia se aplicar à neve, já que a neve vem das nuvens”, explicou Hu.

Com a descoberta, os cientistas podem obter uma imagem mais clara de como a crise climática está afetando a espessura do gelo marinho, bem como a espessura das geleiras sobre a Terra.

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A neve desempenha um papel importante na regulação do clima, porque ela reflete a energia do Sol de volta ao espaço e ajuda a manter o planeta fresco. Ter menos neve no solo significa que haverá impacto no aumento da temperatura do planeta.

“Camadas de neve fornecem recursos hídricos em muitas regiões, incluindo o oeste dos Estados Unidos e partes da Europa, África e Ásia. A profundidade da neve, juntamente com a densidade estimada da neve, é importante para a gestão dos recursos hídricos”, acrescentou Hu.

Da mesma forma que uma formiga entra na colônia e se move aleatoriamente antes de sair, um fóton de luz de um instrumento lidar (que consiste em um laser, um scanner e um receptor GPS especializado) entra na neve e se espalha ao encontrar as partículas de neve até sair e ser detectado pelo telescópio ICESat-2 (Satélite-2 de Elevação de Gelo, Nuvem e Terra).

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Ao aplicar uma simulação de modelo para verificar uma equação semelhante à usada para estimar a distância que uma formiga pode percorrer em uma colônia, os pesquisadores descobriram que era possível medir a distância média percorrida por um fóton na neve. Isso mostrou que a profundidade da neve era aproximadamente metade da distância média que o fóton viajou dentro da neve.

Lançado em 2018, o ICESat-2 tinha como objetivo determinar a profundidade das camadas de gelo cobertas de neve na Terra e do gelo marinho. Contudo, medir a profundidade da neve provou ser um desafio porque exige a consolidação do instrumento lidar com medições de micro-ondas.

Hu trabalhou com outros cientistas da NASA, da Universidade do Arizona, do Stevens Institute of Technology e da Ball Aerospace e espera que os cientistas climáticos adotem cada vez mais as propriedades da neve derivadas dessa técnica robusta baseada em física para fazer suas previsões.

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“Estou confiante de que esta técnica revolucionará a forma como prevemos a evolução da neve no futuro e modelamos as mudanças no gelo marinho, e já estamos trabalhando no projeto da próxima geração de satélites especificamente para a profundidade da neve”, disse Hu.

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