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Acordo do plástico sai em dois dias: para especialista, ‘oportunidade é histórica’

Cientistas apoiam a redução de produtos, como as sacolas de supermercados, ao contrário da indústria que acha suficiente reciclar mais

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 nov 2024, 17h41 - Publicado em 30 nov 2024, 01h13

Em dois dias, a quinta reunião do Comitê de Negociações Intergovernamentais, formado por representantes de 175 países, deve chegar ao final da redação de um documento sobre o destino do plástico no mundo. Reunidos na Coreia do Sul, desde o início da semana, os delegados têm nas mãos a oportunidade única de estabelecerem regras, que mudem o curso do desastre ambiental provocado pela material sintético e não degradável. “Precisamos de ações juridicamente vinculantes, financiamento robusto e governança para garantir o sucesso desta iniciativa histórica”, diz Michel Santos, gerente de Políticas Públicas do WWF- Brasil.

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+ https://veja.abril.com.br/agenda-verde/onu-redige-acordo-internacional-para-reducao-do-lixo-plastico

Apesar das expectativas geradas, as discussões avançam em ritmo lento. Os interesses são imensos e opostos. De uma lado, está a indústria do plástico, que movimenta um mercado avaliado em 586 bilhões de dólares, com projeção de chegar a 750 bilhões em cinco anos. O montante reflete a produção global de 390 milhões de toneladas, por ano. De outro, estão os cientistas preocupados com a saúde do homem e com o meio ambiente, onde é despejado 79% de tudo que é produzido –sim, porque apenas 10% é reciclado e 11% incinerado. Levando em conta que o  plástico leva 400 anos para se decompor é fácil deduzir que o nível de fabricação atual não é sustentável. Mesmo assim a indústria defende a melhora da gestão do resíduo e o aumento da reciclagem, sem qualquer alteração na produção. Os cientistas propõem a redução do plástico não essencial, como as sacolas plásticas, que chegaram a níveis insustentáveis de circulação.

Restrições do plástico pelo mundo

Alguns países já adotam medidas isoladas para diminuir o impacto do material no meio ambiente. Estudo publicado na Revista Nature levantou que a proibição dos saquinhos de supermercados em cinco estados e cidades dos EUA, em conjunto, tiraram de circulação seis milhões de unidades por ano. Também há exemplos bem-sucedidos de cobrança de imposto ao consumidor e comerciante. Desde 2015, o Reino Unido cobra uma taxa pelo uso e pela compra da sacola plástica. De acordo com a Sustainable Plastic, a medida reduziu em 80% a presença desse resíduo nas praias do país. Em 2014, os supermercados distribuíam 7,6 bilhões de sacolas e atualmente 564 milhões.

“Esse é um momento para pressionar por um texto, que inclua todas as ferramentas essenciais para o sucesso do tratado e a superação da crise da poluição”, diz Santos. Mas há um prolema. Nas salas de negociação da Coreia do Sul, a presença dos lobistas da indústria é três  vezes maior que a de cientistas. E fora delas, há uma forte campanha nas redes sociais pela produção do plástico sem limites. Como dizia o dramaturgo e filósofo romano Lucio Aneo Séneca, “para a ganância, toda natureza é insuficiente”.

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