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VEJA 56 ANOS

Lei de Cotas e a luta por igualdade racial

Em agosto de 2017, VEJA destacava em sua capa uma reportagem sobre os feitos da Lei de Cotas na sociedade. Passados doze anos da sua regulamentação no Brasil, episódios de racismo ainda são vistos em universidades

Por Natália Hinoue 21 nov 2024, 11h30
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TBT 16 DE AGOSTO DE 2017 | “Cota, da interrogação latina quota pars? (em quantas partes?). A inspiração para os sistemas de cotas raciais vem dos Estados Unidos, o berço da ‘ação afirmativa’, expressão usada em decreto do presidente John Kennedy, de 1961, destinado a assegurar um ambiente de trabalho “sem distinção de raça, cor, credo ou origem”.

Assim iniciava a reportagem de capa de VEJA de agosto de 2017, que destacava os avanços da Lei de Cotas, instituída em 2012 no Brasil, e desmontava alguns mitos como, por exemplo, se os alunos cotistas deixariam a faculdade no meio do caminho.

“Uma comparação da Uerj mostra que, até hoje, dos 21 300 estudantes que lá ingressaram por cotas, 26% desistiram no meio do caminho. Entre os não cotistas, o índice é de 37%. “O vestibular mede conhecimento de cursinho. A faculdade mede esforço, determinação e força de vontade, que não faltam aos cotistas”, diz o economista Naercio Menezes, do Insper”.

“Pois, passados quinze anos do empurrão inicial e cinco da obrigatoriedade por lei, o balanço é mais positivo do que se imaginava, a ponto de a Universidade de São Paulo, a mais prestigiada do país, que nem federal é, ter anunciado há pouco que implantará as cotas”, dizia o texto.

Na semana do Dia da Consciência Negra, um episódio discriminatório viralizou nas redes sociais. Alunos da PUC foram gravados chamando alunos da USP de “cotistas” e “pobres” durante os Jogos Jurídicos.

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A PUC classificou o episódio como “racismo” e “aporofobia” (preconceito contra pessoas pobres). E até o momento, quatro alunos envolvidos foram demitidos do estágio em escritório de advocacia.

A lei brasileira considera esse delito como um crime hediondo e imprescritível. Nas imagens, é possível ver que alunos gritam “ainda por cima é pobre” e “cotista filho da ****” enquanto fazem gestos obscenos e imitando dinheiro.

Todas as quintas-feiras você, leitor, poderá conferir uma edição antiga no nosso #TBT e ainda consultá-la na íntegra na home do nosso site.

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