Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

SXSW: falar com estranhos será tendência em 2012

Aplicativos que cruzam rede de amigos com dados de geolocalização são os grandes destaques desta edição do festival South by Southwest

Por Renata Honorato, de Austin
18 mar 2012, 15h54

Imagine o diálogo a seguir:

– Oi, Renata. Você gosta de Radiohead?

– Sim. Como você sabe disso? E como sabe meu nome?

– Meu celular avisou que uma pessoa neste bar gostava muito do álbum The Bends, do Radiohead. Chequei o perfil e descobri seu nome. Também gosto muito da banda e, por isso, estou aqui conversando com você.

A situação acima pode parecer invasiva, mas ilustra a proposta dos aplicativos sociais apresentados durante o South by Southwest (SXSW), festival americano onde são descobertas tendências digitais. Mobilidade foi o grande destaque do encontro, que reuniu nesta semana mais de 50.000 pessoas na cidade de Austin, no Texas, e se encerra neste domingo.

Continua após a publicidade

A popularidade de aplicativos sociais é natural à medida que cresce o acesso à internet via celular. Nos Estados Unidos, 46,7% dos usuários usam o aparelho para baixar apps, segundo dados da comScore. O crescimento na base de assinantes 3G também é significativo. Em todo o mundo, ao menos 1,2 bilhão de usuários possuem o serviço, de acordo com estudo da União Internacional de Telecomunicações (ITU, em inglês). E o futuro é ainda mais promissor. Em 2016, haverá em todo o planeta mais dispositivos móveis conectados – cerca de 10 bilhões – do que a população total da Terra, que é de 7,3 bilhões, afirma relatório da Cisco divulgado em fevereiro.

Não é à toa, portanto, que empresas do setor de tecnologia têm apostado no segmento móvel. Em um mundo mais conectado por meio de celulares e tablets, a necessidade de recursos sociais é inerente. Essa é a razão pela qual o número de aplicativos que cruzam amigos e amigos de amigos nas redes sociais a informações de geolocalização têm se firmado como uma tendência “pé no chão”.

O Highlight é uma dessas promessas. Disponibilizado durante o SXSW, ele mostra os usuários do Facebook que estão geograficamente próximos. O cadastrado pode, então, marcar outra pessoa e ter acesso às suas páginas sociais na internet. Já o Glancee busca na rede dos amigos usuários de interesse comum. O sistema identifica esses internautas, diz se eles estão próximos e permite a interação de pessoas até então com conexões desconhecidas.

O japonês Pitapat vai ainda mais longe. Desenvolvido para ser um aplicativo de relacionamento, ele pesquisa na rede de amigos pessoas na região com os mesmos interesses. Encontrado e marcado o flerte, a mira recebe uma notificação dizendo que alguém está interessado nele ou nela. Para avaliar o grau de compatibilidade, o sistema sugere nove opções para o paquerado. Ele escolhe, então, três. Se a primeira pessoa estiver entre as suas escolhas, o sistema dá início a uma conversa no formato de chat privado. Ao atingir o número de dez mensagens trocadas, o que indica simpatia entre ambos, o aplicativo apresenta, enfim, o paquerador ao paquerado.

Continua após a publicidade

Outros serviços recentes possuem o mesmo conceito, mas objetivos distintos. O Palmu, também desenvolvido no Japão, permite o compartilhamento de músicas armazenadas no celular entre amigos do Facebook, enquanto o Glomper, um dos candidatos a próximo Twitter em termos de popularidade, oferece como recurso a criação de eventos devidamente geolocalizados e privados. Dentro desses grupos, os usuários podem compartilhar vídeos e fotos.

Se a tendência em médio prazo é a conexão de pessoas que compartilham interesses, o SXSW é sem dúvida o melhor lugar para apresentar esses serviços. A diversidade dos participantes e a disposição de cada um em aumentar a sua rede de contatos faz do ambiente um lugar propício a um hábito ainda incomum, mesmo depois da internet: a conversa descompromissada entre estranhos. Esses novos aplicativos só sugerem a potencialização de uma significativa mudança comportamental na forma como nos comunicamos. E a tecnologia da geolocalização, aliada à popularização dos smartphones e tablets, está aí para mapear essas novas redes sociais.

Leia mais:

Começa o maior festival geek do mundo

Continua após a publicidade

Geeks do SXSW movimentam economia da pacata Austin

‘Google + não é uma rede social’, diz Vic Gundotra

Games ganham área especial em festival de tecnologia

‘A internet é o futuro da espiritualidade’, diz ator de ‘The Office’

Continua após a publicidade

Play, Android e Maps: as grandes apostas do Google

Jovens, loucos e conectados

Biz Stone, Al Gore, Sean Parker e o ativismo digital

Pinterest ganhará versão para iPad, diz cofundador do site

Continua após a publicidade

Documentário sobre Anonymous conta história do hacktivismo

Os melhores – e mais criativos – da internet

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.