Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Sites faturam milhares de dólares com notícias falsas

Por trás das manchetes compartilhadas na web por milhões de brasileiros, há espertalhões cheios de tino para caçar cliques e encher o bolso

Por Cláudio Goidberg Rabin
30 dez 2016, 19h02

Você sabia que a cantora Preta Gil financiou cada docinho de seu casamento com dinheiro da Lei Rouanet? Que Donald Trump chamou os imigrantes brasileiros de “porcos latinos”? Está por dentro da iminente declaração de guerra do Brasil à Venezuela? Se respondeu algum sim, lá vai o alerta: todas são manchetes falsas, apesar dos milhares de compartilhamentos que receberam nos últimos meses.

Elaborados com títulos picantes, tais embustes se espalham pela internet com velocidade supersônica a partir de sites que imitam a aparência e a linguagem do jornalismo profissional. Por trás deles, há gente bem esperta, que faz da boataria um negócio, graças ao tino para conseguir cliques. Um dos prodígios é Alberto Betto Silva, de 36 anos. Morador de Poços de Caldas, no sudoeste mineiro, ele se dedica em paralelo à criação das chamadas galinhas gigantes (espécie na qual os machos atingem perto de 1 metro de altura) no sítio onde vive. No mundo digital, ele tem três sócios e dez colaboradores, que comandam uma dezena de sites, nos quais as lorotas, como é regra no meio, aparecem misturadas a notícias fidedignas, frequentemente colhidas nos grandes portais.

A lista inclui conteúdo político para todos os gostos ideológicos: vai do direitista Brasil Verde Amarelo ao esquerdista Em Nome do Brasil. A galinha gigante do portfólio é o conservador Pensa Brasil, com declarados 2 milhões de acessos diários e faturamento na casa dos 100  000 dólares (cerca de 328 000 reais) em 2015, segundo relatou Silva a VEJA. Sua empresa tem sede legal nos Estados Unidos, o que dificulta a tarefa de quem deseja processá-lo. “Nossa função é informar”, resume.

As “denúncias”, explica, frequentemente chegam por e-mail ou WhatsApp. Nos textos, as maledicências são tomadas como verídicas, sem nenhuma checagem ou ponderação. “Cabe às autoridades do país apurar se a informação é certa ou errada”, diz, isentando-se da responsabilidade. De seu teclado surgiu, por exemplo, a denúncia falaciosa contra Preta Gil, que ele conta ter sido baseada em e-mail de uma pessoa que se apresentou como parente da cantora. Só o que importa é conseguir muitos acessos. Quanto mais audiência, maior é o repasse financeiro das ferramentas que vendem espaços de publicidade em massa na internet.

Para ler a reportagem na íntegra, compre a edição desta semana de VEJA no iOS, Android ou nas bancas. E aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.