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Os pop stars dos games

Bem-vindo ao mundo dos novos ídolos da geração conectada – eles são um tipo peculiar de youtubers, craques em gravações com dicas sobre jogos eletrônicos

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2016, 16h09 - Publicado em 9 out 2015, 21h58

Quem não é aficionado de jogos eletrônicos, os games, provavelmente não reconhece os rostos que estampam as páginas desta reportagem, todos fotografados à frente de telas verdes de chroma-key – usadas para adicionar efeitos especiais, ou fundos falsos, em vídeos. Contudo, um autêntico gamer (apelido dado aos adeptos de videogames), principalmente se for jovem, não só os identificará como deve ser fã de um ou outro – quem sabe de todos. Eles são youtubers, como se designam aqueles que ganham fama no YouTube. Os personagens em questão, no entanto, são youtubers de um tipo bem específico: dedicam-se em suas gravações on-line a dar dicas e analisar jogos de consoles, como os populares Xbox, PlayStation e Wii, além dos que rodam em smartphones, tablets e computadores. O assunto é o mais pulsante do site, de propriedade do Google. O canal número 1 do gênero, o PewDiePie, do sueco Felix Arvid Ulf Kjellberg – mas falado em inglês -, conta com quase 40 milhões de seguidores, um batalhão de gente que se inscreveu nele para receber cada nova atualização. No ano passado, o faturamento do PewDiePie foi de 7,4 milhões de dólares, cifra proveniente dos anúncios vinculados antes de (ou durante) cada gravação. O Brasil tem oito dos 100 maiores canais de games do YouTube, figurando assim entre os cinco mercados líderes do segmento. Somente nos primeiros nove meses de 2015, foi visto o equivalente a 70 000 anos de gravações de gamers no YouTube nacional. A mania, planetária, tem profissionalizado o ato de jogar, transformando jogadores em celebridades – e alguns em milionários. São os pop stars do mundo moderno, o digital.

Tome-se o exemplo do londrinense Pedro Rezende, de 19 anos, um ex-jogador de futsal, que chegou a atuar na Itália, não deu certo no ramo e quando deixou as quadras não sabia exatamente qual profissão queria seguir. Há dois anos, criou, por diversão, um canal de YouTube, o RezendeEvil (é como ficou conhecido), no qual passou a compartilhar dicas de seu passatempo preferido, o game Minecraft. Deu certo. Muito certo. Hoje ele tem quase 4 milhões de fãs cadastrados em sua página, a de maior êxito da categoria no YouTube brasileiro. “É muito comum me pararem na rua, em shoppings, em livrarias, em todo canto, para pedir autógrafo”, diz ele, que, mesmo após a chegada da fama e do dinheiro, mantém um estilo juvenil, despojado, sem se preocupar com as espinhas no rosto nem em vestir algo além de uma simples camiseta durante as gravações de seus vídeos, todos de cara francamente amadora. “Pessoas desconhecidas descobrem onde moro e batem na minha porta, para puxar conversa. E chego a receber jovens que pedem conselhos sobre como lidar com colegas da escola ou mesmo com problemas familiares. Eles se espelham em mim”, revela.

Rezende planeja aproveitar o momento para expandir a fama para além da tela do computador (ou do smart­phone) – e a melhor forma de fazer isso é explorar o potencial de seus milhões de fãs. Neste mês, chega às livrarias Dois Mundos, Um Herói, livro de fantasia escrito por ele e que será publicado por um selo do grupo Companhia das Letras com tiragem inicial de 40 000 exemplares, número digno de um potencial best-seller. A editora, aliás, já tem boa experiência com youtubers: Muito Mais que 5inco Minutos, de outra celebridade do site, a atriz Kéfera Buchmann, superou a venda de 20 000 exemplares na semana de estreia, em agosto, firmando-se como um dos grandes sucessos editoriais deste ano. Em Dois Mundos, Um Herói, Rezende aposta tudo em seu público cativo. A história se passa em Minecraft, contando como seria se um dia o autor acordasse dentro do cenário pixelado.

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