O presidente americano Barack Obama discursou nesta sexta-feira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhague. Obama disse que “não há mais tempo a perder” e é preciso chegar a um acordo, ainda que imperfeito.
Obama falou logo após o discurso do brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que se disse frustrado com o rumo das negociações em Copenhague. Para o presidente americano, “acabou o tempo de discutir”. “Agora eu acredito que é hora das nações de das pessoas em todo o mundo se colocarem em busca de um objetivo comum. Nós estamos prontos para fazê-lo, mas é preciso que haja ação de todos os lados”, disse Obama (assista abaixo a trechos dos discursos de Lula e Obama).
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Já Lula criticou o que considera uma barganha dos países ricos na Dinamarca. Segundo Lula, as nações ricas utilizam como “desculpa” o fundo de 100 bilhões de dólares ao no que prometeram aos países pobres para não chegar a um acordo quanto ao corte de suas emissões.
O presidente brasileiro disse que o país está disposto a contribuir com o fundo de apoio a países pobres destinado a auxiliá-los a reduzir os efeitos do aquecimento global e controlar suas emissões de gases-estufa. “Se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro para ajudar os países pobres”, disse.
Obama ainda lembrou que o acordo só terá credibilidade se incluir maneiras de medir as metas de controles de emissões. “A questão é se vamos seguir em frente juntos ou nos dividirmos”, afirmou. “Esse não é o acordo perfeito e nenhum país vai conseguir tudo o que quer. Vamos continuar discutindo os mesmos argumentos mês após mês, ano após anos…enquanto o perigo da mudança climática cresce de forma irreversível”, afirmou o americano.
Pré-acordo – Os participantes da COP-15 chegaram nesta sexta ao esboço de um acordo climático. O texto-base, que ainda está em discussão, não estipula metas de redução das emissões de gases poluentes, mas estabelece como alvo evitar que o aumento da temperatura da Terra ultrapasse os 2ºC.
Para evitar que o aquecimento global ultrapasse tal limite, os negociadores ainda preveem a criação de um fundo de 100 bilhões de dólares anuais até 2020 para ajudar as nações em desenvolvimento na luta contra as mudanças climáticas.