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IPad, Kindle e aparelhos similares fazem da leitura um ato menos solitário

Os costumes sociais que rodeavam o trato com livros podem estar mudando com a popularização crescente dos leitores digitais

Por The New York Times
23 ago 2010, 07h34

De imediato, o leitor solitário, inacessível num canto de mesa, parece menos sozinho. Tendo em conta que alguns e-readers podem exibir os livros on-line, existe a possibilidade de um rato de biblioteca estar conectado a uma discussão em alguma parte

Muito se escreveu sobre a capacidade da tecnologia de aproximar pessoas. Mas enterrar o nariz em um livro sempre foi um gesto de isolamento – com sua afirmação tácita de que o leitor não quer ser incomodado. Então, o que dizer de um dispositivo que ocupa a intersecção entre a leitura e a tecnologia? “Estranhos constantemente perguntam sobre ele”, disse Michael Hughes, da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, em Baltimore, referindo-se ao seu iPad, que usa para ler obras de não-ficção e romances. “É quase como ter um bebê.” Dono de um iPad há quatro meses, Hughes afirmou que as pessoas sentem-se muito mais a vontade para abordá-lo agora do que quando carregava um livro. “As pessoas se aproximam e pedem para vê-lo, tocá-lo, para saber o quanto eu gosto dele”, disse. “Isso raramente ocorre com livros feitos de árvores mortas.” Com o preço dos e-readers caindo, as vendas crescem. No mês passado, a Amazon informou que até agora, neste ano, as vendas do Kindle triplicaram em relação ao ano passado. Depois que a Amazon reduziu os preços do Kindle em junho, de 259 dólares para 189 dólares, vendeu 180 e-books para cada 100 livros de capa dura no mês seguinte. Os costumes sociais que rodeiam o ato da leitura em público podem estar mudando junto com essa popularidade crescente. De imediato, o leitor solitário, inacessível num canto de mesa, parece menos sozinho. Tendo em conta que alguns e-readers podem exibir os livros on-line, existe a possibilidade de um rato de biblioteca estar conectado a uma discussão em alguma parte, disse Paul Levinson, professor de comunicação e estudo de mídia na Universidade Fordham. “Penso que, historicamente, existiu um estigma associado ao leitor ávido, que surgiu a partir de uma noção não verdadeira de que, se você ler, não vai se sociabilizar”, disse Levinson. “Mas as mudanças do e-reader também mudaram os leitores de livros eletrônicos, intrinsecamente conectados aos grandes sistemas.” Para muitos, os e-readers de hoje estão destruindo antigas noções do que significava ser um estudioso. “Comprar literatura se tornou legal de novo”, disse. A dermatologista Debra Jaliman, de Nova York, disse acreditar que a tecnologia, como a de seu iPad, que ela usa para ler de tudo, de jornais a livros, ajudou a banir estigmas sociais sobre a leitura em público. “Estamos em uma era de alta tecnologia e a elegância e portabilidade do iPad apagam as noções negativas associadas à leitura solitária.”


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