Investidores aguardam estreia do Facebook em Wall Street
Avaliado em US$ 104 bi, o Facebook superou valor de Starbucks e HP juntas
Investidores estão se preparando para a estreia do Facebook em Wall Street nesta sexta-feira, após a maior rede social do mundo ter levantado cerca de 16 bilhões de dólares em uma das maiores ofertas públicas iniciais (IPO, em inglês) da história dos Estados Unidos.
Avaliado em 104 bilhões de dólares, o Facebook superou o tamanho de Starbucks e Hewlett-Packard (HP) juntas, levando a uma intensa especulação sobre seu potencial de valorização quando as ações começarem a ser negociadas.
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“Uma alta de 15 a 20% é uma possibilidade”, disse Tim Loughran, professor de finanças na Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos. “Dado que já elevaram o preço para o IPO e o tamanho, isso é otimista para um começo”. (Continue lendo o texto)
O Facebook precificou a oferta em 38 dólares por ação na quinta-feira, mas o valor pode aumentar quando as ações começarem a ser negociadas sob o código FB na Nasdaq nesta manhã.
Há quem espere que as ações possam avançar 30% ou mais nesta sexta-feira, apesar de preocupações sobre o potencial de longo prazo do Facebook. A média de estimativas de analistas da Morningstar apontou o preço de fechamento das ações nesta sexta-feira em 50 dólares.
Como comprar ações? – Os brasileiros podem comprar ações de empresas como Apple, Amazon, Netflix e LinkedIn, todas listadas na Nasdaq, embora esse não seja o tipo de investimento mais divulgado pelas corretoras brasileiras.
Segundo Gilberto Poso, superintendente-executivo de gestão de patrimônio do banco HSBC, a operação é simples, mas demanda o cumprimento de determinadas exigências. Para adquirir essas ações, o investidor tem duas opções. Ou ele procura um corretor brasileiro e compra os papéis negociados na Bovespa; ou ele abre uma conta em um banco nos Estados Unidos, procura uma corretora americana e então investe nas companhias.
Atualmente, as maiores empresas do setor de tecnologia oferecem ações na bolsa brasileira. É o caso, por exemplo, da Microsoft, Amazon, LinkedIn, Netflix, Dell, eBay, Google e Intel. O entrave: para comprar esses papéis no Brasil é preciso ter investimentos financeiros superiores a 1 milhão de reais.
Segundo César Moreno, sócio do escritório Braga & Marafon Advogados, também é possível fazer essas operações direto nos Estados Unidos. Contratados banco e corretora, o investidor brasileiro só precisa comunicar o Banco Central sobre sua remessa de capital para o exterior e declarar os investimentos no Imposto de Renda.
O que acontece, no entanto, é que as ações na Nasdaq deixaram de ser tão atraentes para os brasileiros por causa da crise que assola Estados Unidos e Europa. Para Keyler Carvalho Rocha, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP), nem mesmo as ações do Facebook serão vantajosas para pequenos investidores. “Trata-se de uma empresa que vai para a bolsa no preço limite.
A previsão de valorização dos papéis é de apenas 4% ou 5%, enquanto a previsão de desvalorização pode chegar a 30%”, explica o acadêmico. Por ora, colocar mais dinheiro no cofrinho de Zuckerberg não perece ser a ideia mais sensata. Não para nós brasileiros, os novos burgueses da América.
(Com agência Reuters)