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Dia da Água: Na Mata Atlântica, qualidade é boa em só 6 pontos

Estudo conduzido pela SOS Mata Atlântica avaliou 184 rios, córregos e lagos do bioma. Dos pontos avaliados, 25,5% tem situação ruim ou péssima

Por Talissa Monteiro Atualizado em 22 mar 2017, 14h01 - Publicado em 22 mar 2017, 13h55

Hoje (22), na data em que se comemora o Dia Mundial da Água, a ONG SOS Mata Atlântica divulgou dados alarmantes sobre a qualidade do recurso no bioma. Apenas 2,5% dos pontos avaliados na coleta estão em situação boa. O estudo avaliou 184 rios, córregos e lagos de bacias hidrográficas em 240 pontos. Desses, 70% têm qualidade regular e 27,5% estão em situação ruim ou péssima. Nenhum ponto foi tido como ótimo.

Os dados foram coletados mensalmente entre março de 2016 e o ano passado. Nesse período, a organização avaliou 73 municípios de 11 estados da Mata Atlântica – Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo –, além do Distrito Federal. As coletas foram realizadas por 194 grupos de voluntários do programa Observando os Rios, por meio do qual a ONG capacita a população para o monitoramento da qualidade da água. A expectativa da instituição é que o mapeamento seja estendido para todos os 17 estados da Mata Atlântica até 2020. Confira o gráfico do levantamento:

Os resultados foram avaliados por meio do Índice de Qualidade da Água (IQA), principal parâmetro para medir a situação da água no país. O IQA é obtido por meio da soma de parâmetros físicos, químicos e biológicos das amostras de água. Além disso, a SOS Mata Atlântica considerou fatores como temperatura da água, temperatura do ambiente, turbidez, espumas, lixo flutuante, odor, material sedimentável, peixes, larvas e vermes vermelhos, larvas e vermes brancos, coliformes totais, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), potencial hidrogeniônico (pH), fosfato (PO4) e nitrato (NO3).

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Alerta para o Sudeste, Nordeste e para o Distrito Federal

Os indicadores obtidos nas regiões Sudeste, Nordeste e no Distrito Federal podem enganar. A leve melhoria em relação aos dados do ciclo anterior (de março de 2015 a fevereiro de 2016), está associada a fatores climáticos. Isso porque o volume dos rios aumentou em virtude das chuvas, o que contribuiu para a diluição de poluentes nas bacias hidrográficas

Nos locais onde há cobertura florestal e matas ciliares, houve melhoria em 18 pontos dos 152 avaliados (em ambos os ciclos). Nas capitais, porém, o baixo nível de tratamento de esgotos, os rios urbanos sem proteção de matas ciliares e cercados por ocupações irregulares, além da poluição, contribuíram para a perda de qualidade em 15 pontos monitorados. Confira no gráfico:

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Segundo a SOS Mata Atlântica, os resultados da pesquisa mostram como o Brasil está distante de alcançar os compromissos assumidos em 2015 durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. Na época, o país se comprometeu a proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo serras, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos; reduzir a poluição, eliminando o despejo e a liberação de produtos químicos e materiais perigosos e reduzir à metade o volume de esgotos sem tratamento e de cargas residuais que contaminam a água nas principais bacias hidrográficas do país. E, até 2030, todos os cidadãos devem ter acesso ao saneamento e à água potável e limpa.

De acordo com Malu Ribeiro, coordenadora de Recursos Hídricos da Fundação SOS Mata Atlântica, a qualidade regular em 70% dos pontos da Mata Atlântica mostra o atraso das regiões de maior concentração populacional do país em relação à gestão da água. “A principal causa da poluição dos rios monitorados é o despejo de esgoto doméstico junto a outras fontes difusas de contaminação, que incluem a gestão inadequada dos resíduos sólidos, o uso de defensivos e insumos agrícolas, o desmatamento e o uso desordenado do solo”, afirmou ela.

 

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