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Brasil ganha sites de agendamento de consultas médicas

Nos Estados Unidos, onde plataforma similar já existe desde 2007, serviço oferece ferramenta de avaliação dos médicos

Por Renata Honorato
21 abr 2012, 13h09

Há alguns anos, buscar um médico para uma consulta consistia em pesquisar um profissional credenciado em um plano de saúde em um catálogo impresso ou pedir uma indicação para um amigo ou familiar. Em seguida, era necessário ligar para o consultório do especialista, em horário comercial, e rezar para que ele tivesse agenda disponível. Para encurtar esse caminho, dois brasileiros de Recife se inspiraram em um serviço americano e criaram o Dr. Busca, um sistema on-line, que permite ao internauta marcar um consulta médica sem sair do computador. Esse pode ser o primeiro passo para reproduzir no país o modelo de sucesso dos Estados Unidos. No ZocDoc, o usuário não só marca sua consulta, como também avalia o profissional da saúde, a exemplo do que já acontece com guias digitais de resturantes ou hotéis. O site oferece um sistema de classificação dos médicos através de estrelas, cujos itens avaliados são atendimento e tempo de espera.

Bartolomeu Cavalcanti e Raphael Barros desenvolveram o Dr. Busca por causa de uma necessidade pessoal. “Estava com uma dor de garganta e precisava agendar uma consulta. Ligar para os consultórios não era uma boa ideia por causa da minha condição. Foi então que pensei em criar um site”, conta Barros.

Em 2007, quatro anos antes da estreia do Dr. Busca no Brasil, um problema similar inspiraria um americano a desenvolver o ZocDoc, considerado o maior e mais popular nos EUA. Ciro Massoumi, fundador e CEO da empresa, rompeu um tímpano e precisou esperar quatro dias para conseguir um médico. Depois dessa experiência decepcionante em busca de um especialista, ele criou o serviço, que hoje conta com Jeff Bezos, fundador da Amazon, como investidor. Segundo Allison Braley, diretora de relações públicas do ZocDoc, a empresa pretende levar para outras regiões a experiência americana: “Acreditamos que a mercado brasileiro está pronto para esse tipo de serviço. Esperamos levar o que aprendemos nos EUA nos últimos cinco anos para o Brasil muito em breve.”

O site brasileiro nasceu mais tarde, em 2011, e já está em seu terceiro aporte de investimento. O projeto foi selecionado por experts do Vale do Silício para participar do Programa Start-Up Chile, uma iniciativa do governo chileno para trazer empresas inovadoras de nível global para a América Latina através de injeção de capital. Esse foi o pontapé inicial para que Cavalcanti e Barros deixassem o Recife e se mudassem para São Paulo, onde atualmente funciona o escritório da companhia.

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O site brasileiro oferece mais de 150.000 horários e a expectativa dos fundadores é fechar o ano de 2012 com um faturamento de 3 milhões de reais. O modelo de negócio da empresa, que disponibiliza o serviço para o usuário gratuitamente, está focado no profissional da saúde. “Os médicos pagam uma mensalidade de 200 reais para integrar a sua agenda ao sistema. Dessa forma, eles oferecem para seus pacientes a comodidade de marcar uma consulta em qualquer horário”, diz Cavalcanti. A ideia parece agradar os usuários. “Trinta por cento de todos os agendamentos acontecem fora do horário comercial”, diz.

Raphael Barros e Bartolomeu Cavalcanti, fundadores do Dr. Busca
Raphael Barros e Bartolomeu Cavalcanti, fundadores do Dr. Busca (VEJA)

Para ganhar a confiança da comunidade médica, os dois empreendedores convidaram o psiquiatra Jairo Bouer para ser um dos sócios da empresa. O especialista é conhecido em todo o país por causa dos programas de TV dos quais já participou em importantes emissoras brasileiras. “Eu vinha acompanhando esse movimento nos Estados Unidos e achei a ideia interessante”, conta Bouer. “O Dr. Busca é um facilitador, principalmente para as gerações mais novas”, explica.

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Nos Estados Unidos, o modelo é similar. A diferença é que lá o valor da mensalidade é de 250 dólares. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, o número de usuários por mês do serviço é de, aproximadamente, 1,2 milhão. A solução proposta pelo site, aliada à adesão do público, fez com que a companhia levantasse mais de 95 milhões de dólares em investimentos. Através da plataforma é possível buscar médicos e dentistas em 16 cidades americanas.

O Dr. Busca ainda não funciona em todo o território brasileiro, como acontece com o ZocDoc nos EUA, mas os planos da companhia incluem a expansão do serviço para outros estados e também para outros países da América Latina. Segundo os fundadores, a inclusão de outras regiões na plataforma deve acontecer ainda neste ano.

Os adeptos do serviço no Brasil, preveem os empresários, devem seguir o perfil dos usuários americanos do ZocDoc nos Estados Unidos, cuja idade média é de 30 anos. O Dr. Busca reúne 30 especialidades, como odontologia, ginecologia, cardiologia, clínica geral, oftalmologia, homeopatia, pediatria, mastologia, urologia e dermatologia. Entre os serviços prestados pelo site está o sistema de lembretes, que avisa o paciente por e-mail ou celular o horário da consulta.

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Outros sites similares já chegaram ao Brasil. É o caso do Yep Doc e do go2Doc, ambas plataformas de agendamento médico on-line. A mecânica de busca é parecida em todos os modelos. O usuário faz um cadastro, escolhe uma especialidade, informa o plano de saúde e pesquisa o banco de dados de cada serviço.

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