Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

A vida extremamente privada de Steve Jobs

À medida que se transformava na imagem da empresa que ajudou a fundar, a Apple, Jobs criou um escudo responsável por ocultar sua trajetória pessoal

Por Da Redação
5 out 2011, 21h12

Falar sobre a vida privada de Steve Jobs é um desafio até para aficionados no assunto. À medida em que se transformava na imagem da empresa que ajudou a fundar, a Apple, Jobs criou uma espécie de escudo, responsável por ocultar diversos aspectos de sua trajetória pessoal. É uma atitude quase oposta à adotada por, entre outros, o rival Bill Gates, fundador da Microsoft, que há anos divide suas aparições com a mulher, Melinda, e que vez por outra revela o que conversa com os filhos.

A discrição relativa à vida de Jobs começa, sem força de expressão, em sua origem. Ele foi adotado ainda bebê por Clara e Paul Jobs. Alguns pormenores dessa importante passagem só vieram à tona logo após Jobs anunciar seu afastamento da direção da Apple, no fim de agosto, certamente motivado pela decadência de seu estado de saúde (embora a razão não tenha sido explicitada).

Surgiu, então, a figura de Abdulfattah John Jandali, um imigrante sírio que se apresentou como pai biológico de Jobs. Na versão dele, o ex-executivo é fruto da relação com Joanne Simpson, a mãe biológica. Contudo, em plenos anos 50 (o bebê veio ao mundo em São Francisco, em 1955), a família de Joanne teria impedido que o romance fosse adiante, além de forçar a mãe a doar a criança. “Eu estava muito apaixonado por Joanne, mas infelizmente seu pai, um tirano, não permitiu a nossa união”, afirmou Jandali, vice-presidente da rede de cassinos Reno, sediada no estado de Nevada. “Ela disse que queria entregar o bebê para adoção e foi embora para São Francisco para não envergonhar a família.” Joanne, assim como o casal Jobs, já faleceu.

Em 2005, durante um discurso na formatura dos alunos da Universidade de Stanford, Jobs, em uma rara oportunidade de autoexposição, relatou o episódio da adoção. “Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira e decidiu me oferecer para adoção (…) Tudo estava certo para eu fosse adotado por um advogado e sua mulher. Contudo, quando eu apareci, eles decidiram que na verdade queriam uma menina. Então, meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite perguntando: ‘Nós temos um garoto: vocês querem ele?’ Meus pais disseram: ‘É claro’.”

A adesão ao budismo é fruto de uma viagem à Índia, em 1974, com o amigo Daniel Kottke. Para a surpresa de todos, Jobs voltou aos Estados Unidos trajando roupas típicas de monges e com a cabeça totalmente raspada. Apesar de ter abandonado as roupas logo depois, ele continuou firme em sua crença. Em 1991, com a benção do monge Kobun Chino Otogawa, ele se casou na Califórnia com Laurene Powell, atualmente presidente do conselho da Emerson Collective, organização com foco em reformas sociais. O casal teve três filhos: Reed, nascido no mesmo ano, Erin, de 1995, e Eve, de 1998. O empresário pouco aparecia em público com a família.

Continua após a publicidade

Jobs e Laurene se conheceram cerca de um ano antes do casamento, no dia em que ele havia ido a Stanford para uma palestra. Ela estudava economia na instituição. Em uma entrevista posterior ao jornal The New York Times, Jobs recordaria o encontro. “Eu estava no estacionamento, com a chave no carro, e pensei comigo mesmo: ‘Se esta fosse minha última noite na Terra, eu preferiria passá-la em uma reunião de negócios ou com essa mulher?’ Então, corri pelo estacionamento e perguntei se ela jantaria comigo. Ela dise: “Sim”. Nós caminhamos pela cidade e estamos juntos desde então.”

No mesmo discurso em Stanford, Jobs fez duas referências a Laurene e aos três filhos comuns. Referindo-se a sua saída da Apple, em 1985, ele diz: “Nos cinco anos seguintes, fundei uma companhia chamada NeXT, outra empresa chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornaria minha mulher”, disse. “Laurene e eu temos uma família maravilhosa juntos.”

À época da união com Laurene, contudo, Jobs já possuía uma filha. Lisa Nicole-Jobs, hoje jornalista, nasceu em 1978, fruto do relacionamento entre Jobs e a artista plástica Chris-Ann Brennan. No mesmo ano do nascimento de Lisa, a Apple lançou o Apple Lisa, que, segundo a companhia, era apenas a sigla para Local Integrated Software Architeture (arquitetura local de software integrado).

Dias antes do anúncio da saída de Jobs do comando da Apple, John Jandali, o pai biológico, tentou um contato público com Lisa Nicole-Jobs. No perfil da jornalista no Facebook, o imigrante sírio escreveu que acompanhava o trabalho da neta e que apreciava a qualidade e o estilo de seus artigos. “Só queria lhe enviar uma nota de cumprimentos e os melhores votos para seu contínuo sucesso.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.