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Tratamento novo pode reduzir crises de enxaqueca pela metade

Primeira de uma nova classe de medicamentos, a droga inibe a ação da proteína responsável pelos desconfortos da enxaqueca

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2017, 15h47 - Publicado em 30 nov 2017, 17h51

Uma nova terapia contra crises de enxaqueca, a primeira aprovada em 20 anos, é a nova promessa no tratamento da condição, segundo os especialistas. De acordo com novos estudos publicados no periódico científico New England Journal of Medicine, medicamentos de uma nova classe, a dos anticorpos monoclonais, que agem atacando a proteína do cérebro responsável pelos sintomas da enxaqueca (CGRP), como as náuseas e as dores de cabeça intensa, são novas possibilidades no tratamento do problema.

Em um dos estudos, feito com o erenumabe, medicamento produzido pela farmacêutica suíça Novartis, cerca de 50% dos voluntários tiveram a quantidade de crises de enxaqueca reduzida pela metade – contra 26% que receberam um placebo, o que explica o fluxo natural da condição.

Enquanto isso, o fremanezumabe, outro anticorpo fabricado pela israelense Teva, teve o mesmo resultado em 41% dos pacientes analisados, contra 18% que receberam o placebo.

O tratamento

Os voluntários receberam injeções dos medicamentos, anticorpos designados para bloquear um composto químico cerebral, o peptídeo relacionado ao gene de calcitonina (CGRP, na sigla em inglês), que funciona como uma defesa aos estímulos externos, causando uma leve inflamação, mas quando liberado em quantidades elevadas leva à enxaqueca.

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O estudo envolvendo o erenumabe foi realizado em 955 pacientes com enxaqueca episódica, que receberam uma injeção mensal do medicamento, na coxa ou na barriga, ou uma versão placebo durante 24 semanas. Já fremanezumabe foi testado em 1.130 pacientes com enxaqueca crônica.

Os participantes que receberam o tratamento tiveram, em média, três dias a menos de crise de enxaqueca a cada mês, quando comparados à tendência habitual dos episódios. Além disso, aqueles que receberam as injeções com o anticorpo também mostraram uma melhora na aptidão física durante o período de tratamento.

Alívio da enxaqueca

“Muitas vezes, a enxaqueca é trivializada como apenas uma dor de cabeça quando, na realidade, pode ser uma condição crônica, debilitante”, disse Simon Evans, diretor executivo da ONG britânica Migraine Action.

“Os efeitos podem durar horas e até dias, em muitos casos. Uma opção que pode prevenir a enxaqueca e que é bem aceita [pelo corpo científico] é, portanto, extremamente necessária e esperamos que isso marque o início de mudanças reais em como a condição é tratada e percebida”.

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A condição

Os sintomas mais comuns da condição são dor de cabeça intensa, geralmente acompanhada de náuseas, vômitos e sensibilidade à luz ou som. De acordo com os especialistas, ela afeta uma em cada cinco mulheres e um em cada 15 homens. Metade dos pacientes tem algum familiar próximo que também sofre com a enxaqueca, o que sugere que seu desenvolvimento pode ter algum fator genético.

Ainda não existem medicamentos disponíveis que previnam ou curem a enxaqueca. No entanto, analgésicos mais fortes, como os triptanos, podem ser indicados para aliviar a dilatação dos vasos cerebrais, produzida pelo CGRP. O propranolol e outros betabloqueadores, medicamentos para tratamento da hipertensão, também podem ser indicados como medida preventiva, mas possuem efeitos colaterais e não são efetivos em todos os casos.

“O estudo mostra claramente que o bloqueio deste caminho neuronal [CGRP] pode reduzir o impacto da enxaqueca”, disse Peter Goadsby, professor de neurologia do King’s College London, líder de um dos ensaios clínicos. “Antes os pacientes recebiam tratamentos que na verdade são para outras doenças, mas agora podem ter uma terapia especificamente desenvolvida para a enxaqueca. Isso representa um passo incrivelmente importante para a compressão e tratamento da doença.”

Próximas etapas

Outras testes com os anticorpos precisam ser feitos para avaliar os efeitos a longo prazo do tratamento. Atualmente, quatro empresas farmacêuticas estão desenvolvendo anticorpos que neutralizam o CGRP, seja na atuação direta do anticorpo com a proteína ou com o bloqueio da célula com a qual ela interage.

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