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Teste caseiro é opção precisa e viável para detectar HIV

Segundo estudo, autotestes de HIV - que não são aprovados no Brasil - podem ser tão eficazes quanto exames feitos em unidades de saúde para ajudar a controlar a epidemia de aids

Por Da Redação
3 abr 2013, 10h06

Ainda hoje, o estigma e o medo impedem muitas pessoas de comparecer a um centro de saúde para fazer um exame que diagnostica a infecção pelo HIV. Porém, testes caseiros para detectar o vírus são uma alternativa precisa, viável e aceitável para pessoas que buscam mais privacidade na hora de realizar um exame desse tipo – e, portanto, podem auxiliar no controle da epidemia de aids. É o que concluiu um time internacional de pesquisadores após analisar 21 estudos que avaliaram a estratégia do autoteste em sete países – ao todo, 12.402 indivíduos participaram desses trabalhos. A pesquisa foi publicada nesta terça-feira no periódico PLoS Medicine.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Supervised and Unsupervised Self-Testing for HIV in High- and Low-Risk Populations: A Systematic Review

Onde foi divulgada: periódico PLoS Medicine

Quem fez: Nitika Pant Pai, Jigyasa Sharma, Sushmita Shivkumar, Sabrina Pillay, Caroline Vadnais, Lawrence Joseph, Keertan Dheda e Rosanna W. Peeling

Instituição: Universidade McGill, Canadá

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Dados de amostragem: 12.402 pessoas

Resultado: O teste caseiro, que detecta HIV pela saliva em 20 minutos, é alternativa tão precisa e viável para diagnóstico da infecção quanto exames em unidades de saúde

Esse novo trabalho, desenvolvido na Universidade McGill, no Canadá, comparou duas estratégias de teste rápido para detectar o vírus HIV pela saliva do paciente, sendo que uma delas é realizada em casa, sem qualquer tipo de supervisão, e a outra, em alguma unidade de saúde e acompanhada por um profissional.

Segundo as conclusões da pesquisa, o autoteste de HIV, feito em casa, tem alta aceitabilidade – índice que variou de 74% a 96%. Além disso, entre 61% e 91% dos voluntários dos estudos avaliados declararam preferir o teste caseiro ao feito em unidades de saúde. “Esse tipo de exame é realizado pelo indivíduo sem qualquer tipo de assistência. O teste é comprado, realizado e interpretado por essa pessoa. Mas, se ela desejar, há um serviço de assistência pelo telefone. Essa prática, portanto, exige proatividade e motivação”, disse ao site de VEJA Nitika Pant Pai, coordenadora do estudo. “A precisão desse tipo de exame é tão alta quanto de exames de sangue.”

Segundo a pesquisadora, mesmo na América no Norte a discriminação ao diagnóstico de HIV ainda é excessiva. “Tanto é que 40% dos pacientes com HIV dos EUA aparecem nos hospitais com uma infecção avançada”, diz.

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Teste caseiro – Em 2012, o Food and Drug Administration (FDA), órgão que regula alimentos e remédios nos Estados Unidos, aprovou um autoteste caseiro para o diagnóstico de HIV. No exame, o paciente coleta uma amostra de sua saliva. Depois, esse indivíduo mergulha o cotonete em uma solução líquida e espera 20 minutos para o resultado do teste. No Brasil, esse teste não é aprovado. Para Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids-SP, a estratégia deveria ser testada no País. “Hoje, identificamos como principal estratégia a realização de testes nos serviços de saúde, com acolhimento e orientação”, diz.

Brasil – Durante esta semana, o Ministério da Saúde brasileiro está promovendo a Mobilização Nacional de Prevenção e Testagem de Sífilis, que tem como objetivo a promoção do diagnóstico precoce da doença, que teve 14.000 casos notificados em 2011. Até este domingo, a população de todo o país terá acesso ao teste rápido de sífilis. Esse exame é de triagem, ou seja, caso dê positivo, o paciente deve realizar outros testes em laboratórios.

O teste rápido de sífilis vem recebendo grande atenção do governo. Segundo o Ministério da Saúde, em 2011 foram distribuídos, a estados e municípios, 31.500 testes para o diagnóstico da doença. Em 2012, esse número cresceu 35 vezes: 1,1 milhão de exames.

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(Com Estadão Conteúdo)

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