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Tendência a desenvolver stress pós-traumático pode ser genética

Segundo pesquisa, doença está ligada à variação em genes que produzem serotonina, substância que ajuda a regular humor e sono no cérebro

Por Da Redação
2 abr 2012, 19h27

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos, descobriram que pode ser genético o motivo pelo qual determinadas pessoas desenvolvem stress pós-traumático. O novo estudo, que será publicado nesta terça-feira no site do periódico Journal off Affective Disorders, identificou dois genes envolvidos diretamente na produção de serotonina. Segundo a pesquisa, eles estão relacionados ao aumento do risco de um indivíduo desenvolver o problema.

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STRESS PÓS-TRAUMÁTICO

É um distúrbio de ansiedade causado em pessoas que passam por uma situação traumática, de risco de vida ou lesões graves, como guerras. O medo intenso acarretado por esses episódios faz com que as pessoas voltem a sentir esse medo mais tarde, em forma de pesadelos ou flashbacks, por exemplo. Angústia, ansiedade, sintomas depressivos, sentimento de culpa e menos interesse por certas atividades são alguns dos efeitos.

Ninguém desenvolve o distúrbio sem razão, é claro. O stress pós-traumático aparece após a pessoa ser exposta a uma situação de violência, como guerras ou agressão física, ou de desastres naturais, como o tsunami ocorrido no Japão, por exemplo. Mas como algumas pessoas não têm o problema, a resposta pode estar nos genes “Se nossos resultados se confirmarem, será possível identificar, após circunstâncias como essas, quais pessoas têm risco de desenvolver o problema e a melhor maneira de tratá-las”, diz Armen Goenjian, coordenador do estudo.

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Nessa pesquisa, a equipe analisou o DNA de 200 adultos de idades variadas de 12 famílias numerosas. Todos haviam apresentado sintomas de stress pós-traumático depois de sobreviverem a um terremoto de graves consequências na Armênia, em 1988.

Os autores do estudo identificaram que os participantes que apresentavam uma variação nos genes TPH1 e TPH2 tinham maiores chances de desenvolver o distúrbio. Esses genes, segundo o trabalho, controlam a produção de serotonina, uma substância química produzida no cérebro que auxilia a regulação do humor, do sono e da capacidade de atenção – fatores que são comprometidos com o stress pós-traumático. “Nós supomos que essa variante genética faça com que os genes produzam menos serotonina, predispondo esses membros de uma mesma família ao stress pós-traumático após uma situação de violência ou de desastre, por exemplo”, diz Goenjian.

De acordo com o pesquisador, essa descoberta pode ajudar os neurocientistas a classificar o distúrbio apenas por meio da identificação desses genes, e não mais pela observação clínica. Além disso, a ferramenta poderia ser capaz de selecionar quais pessoas correm maior risco do distúrbio após determinada situação e também a desenvolver novos medicamentos para a doença. “O nosso próximo passo será estudar esses genes em uma população maior e mais heterogênea”, afirma o especialista.

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