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Sal rosa do Himalaia faz mesmo bem para a saúde?

Saiba quais são as controvérsias que envolvem a qualidade nutricional do sal e seu suposto poder terapêutico

Por Marina Felix Atualizado em 30 jun 2017, 18h10 - Publicado em 29 jun 2017, 18h45

O sal rosa do Himalaia está em todo lugar, seja como substituto ao sal de cozinha nas dietas ou como ferramenta terapêutica em spas e clínicas de estética. No entanto, quais são seus reais benefícios e implicações para a saúde? De acordo com informações do site da revista americana Time, não existem evidências científicas dos reais benefícios do sal.

Sal do Himalaia

O famoso sal rosa é feito a partir de cristais rochosos de sal extraídos de áreas próximas à cordilheira do Himalaia, principalmente no Paquistão. Sua cor levemente rosada deve-se à riqueza de minerais presentes nas rochas, como magnésio, potássio e cálcio.

Em supermercados, ele é frequentemente encontrado em pedras maiores, sem ser refinado, com moedores embutidos. Já em clínicas de estética e spas, as rochas maiores são transformadas em luminárias ou em câmaras de sal, com a promessa de um efeito detox instantâneo.

Acredita-se que o sal rosa é mais saudável que os outros devido a sua gama de micronutrientes. “Os comerciantes promovem a suposta capacidade do sal de melhorar a saúde física e emocional das pessoas”, disse Andy Weil, diretor de programas do Centro de Medicina Integrativa da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, à Time.

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Na culinária

Na alimentação, para algumas pessoas, o sal é melhor do que o tradicional sal de cozinha. “Todos os sais variam um pouco em relação ao conteúdo mineral e à textura”, explicou Weil. Os defensores afirmam que o sal rosa tem mais minerais do que o tradicional, mas é improvável que você obtenha benefícios extras de saúde ao comê-lo. Segundo o especialista, o sal rosa do Himalaia é nutricionalmente muito parecido com o sal marinho. A diferença é que ele é mais bonito e mais caro.

Em entrevista a VEJA, Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração e do Hospital Dante Pazzanese de Cardiologia, ambos em São Paulo, explicou que a cor rosa e a falsa noção de que o sal do Himalaia possui maior pureza realmente levam o consumidor a preferi-lo na hora das compras.

Segundo o médico, o sal rosa, apesar de ser retirado das montanhas, é uma espécie de sal marinho e todo sal marinho leva resíduos da região de onde foi retirado. A diferença entre os sais pode ser a quantidade de resíduos, impurezas, algas… Mas isso não tem grande impacto na qualidade do sal.” Algumas características, como o sabor, podem ser próprias de cada tipo, mas não existem diferenças relevantes em relação ao valor nutricional. “De qualquer forma, o importante é manter a ingestão de sal limitada a cinco gramas por dia.”

Luminárias de sal

Através da luz, em formato de luminária, a rocha seria capaz de aumentar a energia do ambiente, diminuindo os sintomas da depressão, e melhorar o sono, ao reduzir a quantidade de poluentes e elementos nocivos do ar. Supostamente, o sal absorve as moléculas de água do ar e libera íons negativos, que podem remover partículas de poeira e pólen, causadores de alergias respiratórias.

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Alguns  estudos sugerem que a atual explosão de íons positivos, presentes nos aparelhos eletrônicos, por exemplo, podem prejudicar o humor e a saúde física, aumentando o stress e a ansiedade. Por outro lado, os íons negativos podem ser benéficos. No entanto, essa relação com o sal do Himalaia nunca foi estudada. “Não existe apoio científico para tais alegações envolvendo as lâmpadas do sal”, disse Weil.

Essa capacidade tem como base a teoria de que o ar próximo de locais com circulação de água contém altos níveis de íons negativos, o que alguns pesquisadores tem sugerido como uma das razões pelo qual estar próxima à natureza proporciona tantos benefícios para a saúde.

Terapias

As terapias feitas com o sal do Himalaia em clínicas de estética também não têm evidências sólidas. “A terapia de sal é utilizada e debatida há séculos na prática médica, mas tem sido usada recentemente como prática complementar ou de medicina alternativa”, explicou Lily Pien, alergista da Clínica Cleveland, nos Estados Unidos. “Até agora, isso não foi plenamente estudado e os verdadeiros benefícios não são bem conhecidos.”

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