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Por que as pessoas altas são mais saudavéis

Pessoas com maior altura também tendem a ser mais bem-sucedidas. Pesquisas mostram que o brasileiro cresceu nos últimos 30 anos

Por Da Redação
22 abr 2012, 10h46

O brasileiro cresceu 7 centímetros nos últimos trinta anos. Dados do Exército mostram que entre 1980 e 2010 a média de altura dos jovens que se alistaram saltou de 1,67 metro para 1,74 metro de altura. A altura é um indicador de saúde confiável, capaz de traduzir as mudanças econômicas e sociais pelas quais o país passou ao longo das últimas décadas. O investimento na vacinação em massa, melhores condições sanitárias, o controle de doenças infecciosas, como a diarreia, e um cardápio mais completo desde a primeira infância são os principais fatores que resultaram em uma população com centímetros a mais. “O estímulo aos exames pré-natais, o incentivo ao aleitamento materno e uma alimentação rica produziram crianças mais bem nutridas”, diz Daniel Magnoni, nutrólogo e cardiologista do Hospital do Coração, em São Paulo. “O brasileiro só era mais baixo porque se alimentava mal.” De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, atualmente somente 7,2% das crianças entre 5 e 9 anos têm déficit de altura. Em 1974 (quando o primeiro indicador foi publicado), 29,3% das crianças apresentavam o problema.

Aos olhos da evolução, a altura pode traduzir o efeito de uma boa nutrição desde a infância. Além disso, os mais baixos e com índice de massa corporal (IMC) menor têm mais doenças. Um trabalho realizado com 22 000 pessoas e publicado no periódico científico American Journal of Cardiology mostrou que homens mais altos tinham 24% menos risco de sofrer de insuficiência cardíaca. “A evolução nos moldes de Darwin e a migração dos povos provavelmente não tiveram muito a ver com o aumento da altura da população nos últimos dois séculos”, afirma o economista americano John Strauss, professor da Universidade do Sul da Califórnia. “Já a melhora na nutrição e as revoluções agrícolas aperfeiçoaram as condições de saúde pública e os conhecimentos médicos.” A altura está associada também à produtividade, ao poder e ao sucesso. Pessoas mais altas são consideradas mais inteligentes e conseguem aumento de salário com mais facilidade do que as mais baixas. Medir 5 centímetros a mais do que os colegas de trabalho garante um salário 1,5% maior, ou 950 dólares suplementares no fim do ano (veja o quadro). A altura é um quesito crucial até para a liderança. Entre 1789 e 2008, 58% dos candidatos mais altos à Presidência dos Estados Unidos ganharam as eleições. Barack Obama tem 1,85 metro. O republicano Mitt Romney, 1,88 metro.

A janela dos 2 anos

Istockphotos

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OPORTUNIDADES – Do ponto de vista fisiológico, o início da infância é o período de ouro no desenvolvimento do ser humano

A boa nutrição e a prevenção de doenças são definidoras para a longevidade de uma geração. A fase fundamental nesse processo é a que vai do nascimento aos 2 anos de idade. A chamada janela dos 2 anos é o período em que a criança, do ponto de vista fisiológico, tem suas maiores oportunidades. É um tempo crucial, mas também muito delicado. Um quadro de infecção grave ou desnutrição, por exemplo, pode determinar um crescimento abaixo do potencial máximo permitido, é claro, por suas características genéticas. Segundo especialistas, nos primeiros 24 meses de vida a criança está em franca formação de sua estatura e de suas funções neurológicas e psicomotoras. “Durante o primeiro ano de vida, a criança tem um ganho de pelo menos 50% na estatura. Do primeiro para o segundo ano, o crescimento é de 15% a 25%”, diz o pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital São Luiz, de São Paulo. “Durante o estirão pré-puberal, que acontece geralmente aos 12 anos e é o maior dessa fase, a criança cresce de 8% a 12% em relação a sua altura. Ou seja, a parte mais significativa da aquisição da altura acontece até os 2 anos de idade.” No livro The Changing Body (O Corpo em Transformação), coordenado pelo prêmio Nobel Robert Fogel, são apresentadas as conse­quên­cias de uma severa desnutrição: “Crianças desnutridas pontuam menos em testes de função cognitiva, têm o desenvolvimento psicomotor e de coordenação prejudicado, apresentam menores níveis de atividade e de interação com o ambiente que as cerca”. Além disso, ao nascer, o bebê ainda não está com o seu sistema imunológico totalmente formado.

Até os 9 meses de idade, a criança está protegida de algumas infecções virais, como o sarampo e a rubéola, pelos anticorpos transmitidos pela mãe durante a gravidez e o aleitamento. A imunização nessa fase é tão importante que, até os 24 meses de vida, uma criança recebe mais de uma dezena de vacinas, se for seguido o calendário básico de vacinação. “Toda doença infecciosa, bacteriana ou viral gera uma grande liberação de radicais livres, alterando o bom funcionamento do organismo”, diz o infectologista Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Quando essa infecção ocorre durante a infância, há o risco de diminuição tanto da qualidade quanto da expectativa de vida.” Em seu livro, Fogel cita um estudo sueco no qual é relacionada a quantidade de infecções às quais um indivíduo é exposto quando criança com sua longevidade. “Viver mais não depende apenas do acesso a nutrientes (tanto no útero quanto durante a infância), mas (também) da exposição a infecções”, afirma Fogel.

Por que alguns centímetros a mais fazem diferença

Como a estatura influencia no sucesso da vida pessoal e profissional

Os adolescentes mais baixos participam menos de atividades sociais e têm pouca autoestima, o que impacta o futuro profissional

Cinco centímetros a mais na altura equivalem a um salário 1,5% maior, ou a 950 dólares a mais no fim do ano

Entre 25 e 34 anos, 10 centímetros de diferença na altura entre uma pessoa e outra podem ser traduzidos em 1,5 ano a mais de escolaridade

Pessoas mais altas são consideradas mais inteligentes e ganham aumento de salário com mais facilidade

Quanto maior a altura de um homem, mais feliz ele é

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