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Por que a incidência de câncer aumentará mais na América Latina

Uma nova pesquisa mostrou que a região apresenta o maior índice de morte e de diagnóstico tardio da doença, em comparação com países desenvolvidos

Por Da redação
29 dez 2016, 16h03

A América Latina corre o risco de perder o controle da crescente epidemia de câncer  e ainda falir seu sistema de saúde devido aos altos custos da doença. De acordo com uma análise feita pelo Observatório de Oncologia e pela Alianza Latina a partir de dados apresentados durante o Fórum da Alianza Latina, realizado na cidade de São Paulo, a região apresenta o maior índice de morte e de diagnóstico tardio da doença, em comparação com países desenvolvidos.

Estima-se que a incidência anual de novos casos de câncer na América Latina aumente em 33% (para cerca de 1,68 milhão de novos casos) em 2020 – atualmente, são cerca de 1,3 milhão de casos. Em 2030, os pesquisadores estimam que o câncer também causará mais de 1 milhão de mortes.

Isso porque, mesmo com uma incidência menor de casos da doença, quando comparada aos países desenvolvidos, na América Latina ainda se morre mais de câncer – são 13 mortes em cada 22 casos diagnosticados; nos Estados Unidos, o número de mortes é de 13 para cada 37 casos, na Europa, são 13 mortes para 30 casos.

“Essa diferença está na maneira como se olha a doença. Enquanto nos países desenvolvidos há melhores programas de prevenção e diagnóstico precoce da doença, na América Latina os casos são, em sua maioria, ainda diagnosticados nas fases terminais”, explica Tiago Cepas, pesquisador do Observatório de Oncologia. Nos EUA, quase 60% dos casos têm diagnóstico no início da doença. No Brasil, esse número cai para 20%.

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Entre as principais causas de mortes por câncer em homens estão os tumores de pulmão, próstata, cabeça e pescoço, enquanto em mulheres foram os tumores de mama, pulmão e colorretal.

 

Em relação aos dados encontrados, é possível afirmar que nos últimos cinco anos (2010-2015): foram registrados 2.352.255 óbitos por câncer na América Latina e Caribe; as maiores taxas de mortalidade encontram-se em no Uruguai (225 mortes por 100.000 habitantes) e em Cuba (211 mortes por 100.000 habitantes). Já as menores taxas de mortalidade foram registradas na Nicarágua (47,5 mortes por 100.000 habitantes) e na Guatemala (48 mortes por 100.000 habitantes).

Geralmente as maiores taxas de mortalidade são encontradas em países de baixa renda. O câncer é causado mais frequentemente pelo ambiente em que uma pessoa vive do que por sua biologia. Por isso, a letalidade ou chance de morrer de câncer infantil é maior nos países com IDH baixo. Os cânceres infantis são, em sua maioria, neoplasias do sangue e do sistema linfático (leucemias ou linfomas), tumores embrionários (por exemplo, retinoblastoma, neuroblastoma, nefroblastomas), tumores do cérebro, dos ossos e dos tecidos conjuntivos.

As taxas de mortalidade do câncer de pulmão começam a se estabilizar ou cair entre os homens em países de média renda das Américas como Argentina e Brasil, por causa da diminuição do tabagismo. Entre as mulheres a taxa de mortalidade para câncer de pulmão continuam a aumentar na maioria dos países, refletindo defasagem na redução do tabagismo.

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As taxas de câncer de colo de útero estão caindo em muitos países devido ao maior rastreamento, ao passo que as taxas de câncer de mama estão aumentando devido à maior prevalência de fatores hormonais associados, como gravidez tardia e desigualdade de gênero, assim como fatores de risco para estilo de vida.

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