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‘Pílula anticâncer’ falha em novo teste

Estudos em animais mostraram que, embora não faça mal, a fosfoetanolamina sintética não tem atividade contra tumores

Por Da redação
1 jun 2016, 14h49

A fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”, mostrou-se ineficaz no combate à doença em mais um estudo realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Em março deste ano, a substância já tinha sido reprovada em testes in vitro.

Na nova avaliação, o composto foi testado em animais com dois tipos de câncer: o carcinossarcoma 256 de Walker, em ratos, e o sarcoma 180, em camundongos. Ambos os grupos continham 45 animais, que receberam doses diárias da substância. Entretanto, os resultados mostraram que a substância não apresentou atividade no combate às células tumorais nas cobaias.

“Fizemos o teste com tumores de crescimento rápido para verificar se tinha alguma atividade anticancerígena. O que a gente notou é que ela não mata as células tumorais”, explica Manoel Odorico de Moraes Filho, professor titular de Farmacologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e um dos coordenadores do estudo do MCTI.

Apesar do resultado, Moraes Filho diz que não significa que a fosfoetanolamina sintética não tem atividade contra nenhum tipo de câncer. “Só poderemos dizer que não tem efeito em humanos quando fizermos testes em pacientes com tumores. Tendo ou não esse efeito (de curar o câncer), é importante que os testes prossigam, pelo clamor público que a substância causou.”, afirma.

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Segundo o especialista, os primeiros testes com voluntários sadios devem ser feitos a partir de agosto. “Vamos verificar a toxicidade e, só depois, fazer com os portadores de câncer”, diz.

Em curto prazo, a substância não demonstrou ser tóxica. “O que a gente não observou foram efeitos tóxicos ao animal. Ainda estão sendo realizados experimentos para verificar se é tóxico em doses prolongadas.”

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Especialistas — Para o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Gustavo Fernandes, estes resultados só reforçam os pedidos para que os pacientes não parem o tratamento convencional para tomar a substância. “Parece que não é tóxico e não funciona. Todo tratamento precisa ter uma comprovação clínica. Se fosse um rito normal de pesquisa, pararia por aqui. Se não funciona em cobaia, não seria levado para humanos.”, diz Fernandes.

A opinião é compartilhada por Helano Freitas, oncologista clínico e diretor de pesquisa clínica do A.C. Camargo Cancer Center. “Precisamos dar uma resposta para as pessoas.” Segundo ele, o resultado dos testes do MCTI pode ser considerado desanimador para quem acredita na substância.

(Com Estadão Conteúdo)

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