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Pessoas ‘mais espertas’ fumam menos, diz estudo

Um novo estudo descobriu 52 genes ligados à inteligência e concluiu que pessoas "mais espertas", nunca haviam fumado ou tinham conseguido parar

Por Da redação
Atualizado em 26 Maio 2017, 14h41 - Publicado em 25 Maio 2017, 11h36

Afinal, a inteligência é hereditária? Segundo um estudo publicado na revista científica Nature, sim. A equipe de pesquisa da Universidade Livre de Amsterdã, na Holanda, identificou 52 genes ligados à inteligência humana, sendo 40 deles inéditos. A pesquisa revelou também que pessoas “mais espertas” – leia-se, que tiveram melhor desempenho em testes de QI – nunca haviam fumado. 

A pesquisa

A equipe analisou amostras de cerca de 80.000 pessoas selecionadas a partir do banco de dados biológico do Reino Unido. Para identificar como os genes atuavam na inteligência, os cientistas estudaram as similaridades das sequências genômicas entre gêmeos e suas pontuações de QI. Os testes mostraram que os gêmeos idênticos tendem a ter resultados mais parecidos entre si do que entre os gêmeos fraternos.

Com o uso de tecnologia avançada, os cientistas puderam identificar os marcadores genéticos por trás dos bons resultados. Foram encontrados 52 genes ligados à inteligência humana, sendo 40 deles inéditos. Curiosamente, as variações genéticas “mais inteligentes” foram mais frequentes entre aqueles que nunca fumaram. Elas também foram observadas entre aqueles que fumaram, mas conseguiram parar.

Porém, os genes identificados representam apenas uma parcela das variações obtidas nos exames. “Isso significa que temos um longo caminho a percorrer e ainda existem muitos outros genes importantes a serem descobertos”, explicou Danielle Posthuma, principal autora do estudo.

Fatores ambientais

No entanto, as influências externas também representam um papel fundamental nas habilidades mentais. O ambiente exerce seus próprios efeitos no aprendizado e funcionamento do cérebroEm locais insalubres, por exemplo, com presença de chumbo na água potável e a deficiência de iodo podem prejudicar o desenvolvimento intelectual das crianças, sendo necessária a suplementação. 

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“Entender a biologia de algo não significa reduzi-la ao determinismo”, explicou Stuart Ritchie, geneticista da Universidade de Edimburgo. A miopia, por exemplo, apesar de seus fatores genéticos, pode ser corrigida com o uso de óculos.

Genes descobertos

O próximo passo é entender os genes descobertos. Quatro dos genes identificados são conhecidos por controlar o desenvolvimento de células e outros três por atuar no funcionamento dos neurônios. Para entender o que torna esses genes especiais na formação do intelecto, os cientistas afirmaram que serão necessários experimentos em células cerebrais. 

Os pesquisadores acreditam que muitos outros genes relacionados à inteligência ainda são desconhecidos e para entendê-la é preciso considerar suas variações genéticasNo recente estudo, a equipe avaliou apenas uma amostra da população europeia.

No entanto, estudos anteriores mostraram que as variações dentro de um grupo podem limitar a compreensão em relação a outras populações. Comparar variações genéticas entre diferentes grupos pode ser uma linha de pesquisa importante.

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O cérebro

Durante séculos cientistas têm estudado a inteligência humana a partir de testes cognitivos que avaliam habilidade mental, raciocínio e memorização. Cada teste representa diferentes habilidades mentais, mas juntos, eles podem determinar a inteligência de um indivíduo, determinando seu QI. Segundo os especialistas, quem pontua menos em algum dos testes, tende a ir mal nos outros, mas ainda não é claro como a inteligência atua no cérebro.

Em estudos anteriores, neurocientistas compararam cérebros de pessoas com pontuações de QI altas e baixas e descobriram que o tamanho cerebral pode ter alguma influência. Outro estudo também mostrou que a eficiência com que o cérebro envia sinais de uma região a outra pode ter relação com o intelectoApesar da influência na inteligência humana, ainda não se sabe como esses fatores atuam individualmente.

De acordo com informações do The New York Times, a genética pode tornar possível novos estudos sobre os mecanismos biológicos do raciocínio e da solução de problemas, assim como melhores intervenções para crianças com dificuldade de aprendizado.

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