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O que a chapinha e alisantes de cabelo têm a ver com o câncer de útero?

Novo estudo associa uso de produtos químicos para alisar as mechas e pranchas quentes com um maior risco desse tipo de câncer

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 out 2022, 15h42 - Publicado em 18 out 2022, 15h34

Um novo estudo do National Institutes of Health, dos Estados Unidos, associa um maior risco de câncer de útero às mulheres que usam chapinhas e produtos químicos de alisamento de cabelo. Segundo os pesquisadores norte-americanos, as que relataram uso frequente, ou seja, mais de quatro vezes no ano anterior, tinham duas vezes mais chances de desenvolver o câncer em comparação com aquelas que não usavam.

“Estimamos que 1,64% das mulheres que nunca usaram chapinhas de cabelo desenvolveriam câncer uterino aos 70 anos; mas para usuárias frequentes, esse risco sobe para 4,05%”, afirmou Alexandra White, chefe do grupo NIEHS Environment and Cancer Epidemiology e principal autora do estudo. “Essa taxa de duplicação é preocupante”.

A pesquisa incluiu 33.497 mulheres americanas, com idades entre 35 e 74 anos, que participam do Sister Study, um estudo liderado pelo Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental (NIEHS), parte do NIH, que busca identificar fatores de risco para câncer de mama e outras condições de saúde. As mulheres foram acompanhadas por quase 11 anos e, durante esse período, foram diagnosticados 378 casos de câncer uterino, que representa cerca de 3% de todos os novos casos de câncer nos Estados Unidos, sendo o mais comum do sistema reprodutor feminino, com 65.950 novos casos estimados em 2022. Estudos mostram que as taxas de incidência de câncer uterino no país vêm aumentando, principalmente entre as mulheres negras.

“Como as mulheres negras usam produtos de alisamento ou relaxamento com mais frequência e tendem a iniciar o uso em idades mais precoces do que outras raças e etnias, essas descobertas podem ser ainda mais relevantes para elas”, disse Che-Jung Chang, um dos autores do estudo e pesquisador no NIEHS Epidemiology Branch.

Aproximadamente 60% das participantes, que relataram usar chapinha no ano anterior, eram mulheres negras, de acordo com levantamento publicado no Journal of the National Cancer Institute. Os resultados são consistentes com estudos anteriores que mostram que os alisantes podem aumentar o risco de câncer relacionado aos hormônios femininos.

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Nesse estudo, os pesquisadores não coletaram informações sobre marcas ou ingredientes dos produtos capilares que as mulheres usavam. No entanto, no artigo, eles observam que vários produtos químicos encontrados em alisantes (como parabenos, bisfenol A, metais e formaldeído) podem contribuir para o aumento desse risco de câncer uterino observado. A exposição química do uso de produtos capilares, especialmente chapinhas, pode ser mais preocupante do que outros produtos de cuidados pessoais devido à maior absorção pelo couro cabeludo, que pode ser exacerbada por queimaduras e lesões causadas pelas pranchas quentes.

“Até onde sabemos, este é o primeiro estudo epidemiológico que examinou a relação entre o uso de alisantes e câncer uterino”, disse Alexandra. “Mais pesquisas são necessárias para confirmar essas descobertas em diferentes populações, para determinar se os produtos capilares contribuem para as disparidades de saúde no câncer uterino e para identificar os produtos químicos específicos que podem estar aumentando esse risco nas mulheres”.

A equipe de pesquisa descobriu ainda que tinturas e alisantes de cabelo permanentes podem aumentar o risco de câncer de mama e ovário, mas não encontraram associações com câncer uterino para outros produtos capilares que as mulheres relataram usar, incluindo alguns tipos de tinturas de cabelo, descolorantes, luzes ou permanentes.

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