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Novo limite para pressão arterial deve ser adotado no Brasil

Recomendação americana sugere que nível máximo de pressão arterial passe para 15 por 9 em pessoas acima dos 60 anos. Há trinta anos, a diretriz é fixada em 14 por 9

Por Vivian Carrer Elias
19 dez 2013, 17h13

Há trinta anos, os médicos preconizam que a pressão arterial de um paciente fique abaixo de 14 por 9. Um artigo publicado nesta quarta-feira por pesquisadores americanos sugere que essa medida passe a ser de 15 por 9 para pessoas com mais de 60 anos. A mudança pode resultar em uma considerável redução do número de pacientes que fazem uso de medicamentos para diminuir a pressão arterial.

Saiba mais:

Pressão arterial diastólica

É a pressão arterial mínima registrada durante a diástole, momento em que os músculos cardíacos relaxam e os ventrículos se enchem de sangue.

Pressão arterial sistólica

É a pressão máxima exercida sobre as artérias, no momento em que o coração bombeia sangue para o corpo.

Embora as mudanças tenham sido sugeridas nos Estados Unidos, é provável que elas sejam adotadas no Brasil. “Nós usamos as diretrizes americanas e europeias como um norte para as nossas. A tendência é seguirmos a mesma linha”, diz o cardiologista Luiz Bortolotto, diretor da Unidade Clínica de Hipertensão do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP (Incor). O médico vai coordenar as novas diretrizes brasileiras sobre pressão arterial, que devem ser lançadas no ano que vem – as últimas saíram em 2010.

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As orientações ainda devem levar uns meses para chegar aos pacientes brasileiros – segundo Bortolotto, as diretrizes americanas não serão adotadas imediatamente. As mudanças tampouco significam que todos os idosos com pressão menor do que 15 por 9 não precisem mais tomar remédios hipertensivos. “Uma diretriz funciona como um guia, mas todo o tratamento precisa ser individualizado”, explica o cardiologista.

Proibido para menores – As recomendações se basearam nos resultados de uma série de estudos feitos nos últimos anos. Os especialistas não encontraram benefícios em reduzir a pressão para menos de 15 em pessoas acima de 60 anos. Para pacientes mais jovens, diabéticos e portadores de doenças renais, ainda não há evidências de que a medida deva ser adotada – motivo pelo qual as novas recomendações se restringem aos mais velhos.

“A pressão sistólica (máxima) do idoso aumenta em decorrência do enrijecimento do vaso, algo que acontece naturalmente com todos que envelhecem. Muitas vezes, porém, a pressão diastólica (mínima) passa a ser mais baixa do que o normal. Assim, tentar reduzir a pressão arterial de forma muito agressiva pode, em alguns casos, diminuir muito a diastólica e oferecer mais prejuízos do que benefícios”, diz Bortolotto.

Além disso, explica o cardiologista, os idosos são mais tolerantes a uma pressão um pouco mais elevada do que os jovens, e podem sofrer efeitos adversos perigosos com uma pressão muito reduzida – incluindo tontura acentuada e risco de isquemia. “É aceitável uma pressão arterial pouco mais elevada entre idosos, mas dentro de limites estabelecidos por diretrizes como essas”, diz Leopoldo Piegas, cardiologista do Hospital do Coração (HCor).

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As novas orientações foram feitas por 17 especialistas nomeados pelo governo americano. Elas ainda não são oficiais – as diretrizes da Associação Americana do Coração e do Colégio Americano de Cardiologia devem ser atualizadas no fim de 2014. Especialistas ouvidos pelo jornal americano The New York Times não souberam precisar quantas pessoas que hoje tomam medicamentos para reduzir a pressão poderiam deixar de fazê-lo. Mas, segundo o presidente da Sociedade Americana da Hipertensão, William White, milhões de pessoas acima de 60 anos têm pressão sistólica entre 14 e 15.

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