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FDA valida estudo com ecstasy para tratar estresse pós-traumático

Pesquisadores acreditam que a droga, derivado de um opioide e comum em festas eletrônicas, pode ajudar pessoas com o distúrbio

Por Da redação
1 dez 2016, 16h29

A FDA, agência americana que regula medicamentos e alimentos, aprovou na terça-feira um estudo clínico em grande escala sobre o uso de ecstasy – droga psicótica que dá a seus usuários uma sensação de felicidade – para tratar pacientes com transtorno de estresse pós-traumático (PTSD, na sigla em inglês).

A aprovação é um passo importante para o uso da droga como um medicamento. Se o novo estudo for bem sucedido, o ecstasy – também conhecido como MDMA, Molly e (oficialmente) metilenodioximetanfetamina – poderá ser disponibilizado publicamente para uso médico em 2021.

O estudo de fase três é financiado pela Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos (Maps, na sigla em inglês), ONG criada em 1985 que luta em favor do uso médico de drogas consideradas ilícitas como MDMA, LSD e cannabis, e envolverá cerca de  230 pacientes. A Maps já subsidiou seis estudos fase II sobre o assunto, totalizando 130 pacientes.

Em um deles, 66% dos participantes ficaram livres da doença. Outro estudo mostrou a redução dos sintomas de stress pós-traumático em 56% dos pacientes. Os exames de acompanhamento mostraram que a melhora durou mais de um ano após o fim da terapia.

“Às vezes nós vemos uma melhoria notável na psicoterapia tradicional, mas pode levar anos, se acontecer. Nós acreditamo que [o ecstasy] funciona como um catalisador que acelera o processo natural de cura.” , disse Michael C. Mithoefer, psiquiatra responsável pelos estudos, ao jornal americano The New York Times.

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Caso seja aprovado, o tratamento pode ajudar pessoas como C. J. Hardin, de 37 anos, que desenvolveu PTSD após passar três temporadas no Iraque e no Afeganistão, segundo informações do The New York Times. Quando voltou, ele acabou se escondendo do mundo em uma cabana na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Divorciado, alcoólatra e um pouso suicida, ele tentou quase todos os tratamentos aprovados para transtorno de estresse pós-traumático: psicoterapia, terapia de grupo e quase uma dúzia de diferentes medicamentos.

“Nada funcionou para mim, então eu deixei de lado a ideia de que eu poderia melhorar. Eu simplesmente me tornei um eremita em minha cabana e nunca saí.”, disse Hardin.

Foi então que em 2013 ele se juntou a um pequeno estudo clínico para testar se o PTSD poderia ser tratado com MDMA. “Isso mudou minha vida”, disse ele em uma entrevista realizada em uma iluminada e arejada sala de estar na casa onde ele mora agora enquanto vai para a faculdade e trabalha como mecânico de avião. “Isso me permitiu ver o meu trauma sem medo ou hesitação e, finalmente, processar as coisas e seguir em frente.”, afirmou.

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Na proposta dos pesquisadores para aprovação da FDA, a droga seria usada um número limitado de vezes na presença de psicoterapeutas treinados como parte de um curso mais amplo de terapia. No entanto, mesmo em circunstâncias controladas, o grande temor é em relação à possibilidade de uso recreativo ilegal da droga.

Por meio de uma porta-voz, a FDA recusou-se a comentar sobre o estudo clínico alegando a existência de regulamentos que proíbem a divulgação de informações sobre medicamentos que ainda estão sendo desenvolvidos.

Ecstasy

O MDMA foi usado como medicamento no fim da década de 1970, embora houvesse poucas provas científicas da sua eficiência. Ao fim da década de 1980, ela invadiu as pistas de dança e foi proibida para consumo antes que qualquer teste médico com pacientes fosse feito.

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