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Exposição a telas prejudica o desenvolvimento de crianças

De acordo com pediatra, crianças brasileiras até doze anos de idade passam entre 3,5 e 4,5 horas diárias em frente à televisão e a dispositivos digitais

Por Da Redação
9 out 2012, 12h48

Um artigo publicado nesta segunda-feira no periódico britânico Archives of Disease in Childhood indica a necessidade de restringir o tempo de exposição de crianças e adolescentes a aparelhos com telas, como televisões, computadores, videogames, tablets e até smartphones. O pesquisador Aric Sigman, autor do estudo, alerta para o fato de que, além de estarem passando cada vez mais tempo em frente a telas, as crianças são expostas a esse tipo de tecnologia cada vez mais cedo, aumentando o risco de problemas como o déficit de atenção.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Time for a view on screen time

Onde foi divulgada: periódico Archives of Disease in Childhood

Quem fez: Aric Sigman

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Resultado: Analisando diversas pesquisas sobre exposição a televisão, computador, videogame, tablet e smartphone, ou seja, dispositivos com telas, Sigman concluiu que crianças e adolescentes estão passando cada vez mais tempo em frente a tais dispositivos e começam cada vez mais novos a entrar em contato com as telas. Esse processo acarreta diversos problemas de saúde e pode causar impactos negativos na cognição e habilidade psicossocial do indivíduo. A quantidade de horas de exposição a telas recomendada é, dos três aos doze anos, até uma hora diária. Até quinze anos, uma hora e meia e, acima dos dezesseis, duas horas.

No Brasil, os pediatras não recomendam a exposição de crianças a telas antes dos seis meses de vida. Já nos Estados Unidos, a recomendação é evitar a exposição antes de dois anos de idade. Sigman relata que, aos sete anos de idade, uma criança nascida hoje na Europa terá passado um tempo correspondente a um ano, 24 horas por dia, olhando para telas. Aos dezoito anos, já serão de três anos inteiros. De acordo com Marcelo Reibscheid, pediatra do Hospital São Luiz, as crianças brasileiras de zero a doze anos passam, em média, entre 3,5 e 4,5 horas diárias em frente a uma tela, levando em consideração os diversos dispositivos mencionados.

Déficit de atenção – O artigo, que reúne resultados de diversos estudos sobre o assunto, mostra que o tempo passado em frente às telas traz riscos à saúde que vão além dos perigos do comportamento sedentário. “Um tempo de exposição prolongado eleva os riscos à saúde independentemente do nível de exercícios moderados a intensos que a pessoa realiza diariamente”, afirma Sigman na pesquisa.

Outras pesquisas citadas por Sigman ligam a exposição a transtornos de atenção. “Um estudo com 2.623 crianças mostrou que aquelas que assistiram à elevisão de zero a três anos tinham um aumento significativo no risco de desenvolver distúrbios de atenção aos sete anos de idade. Para cada hora diária assistindo à televisão, houve um aumento de 9% nos diagnósticos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)”, diz o pesquisador.

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“O brilho da tela pode prejudicar o desenvolvimento do bebê, causando transtornos oftalmológicos. O estímulo excessivo causado pelo brilho também pode causar maior irritabilidade e até transtornos do sono nas crianças”, afirma Marcelo Reibscheid.

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Recomendações – Diante desses dados, Sigman aconselha que os pais imponham regras aos filhos, limitando o tempo que assistem à televisão e utilizam tecnologias digitais como computadores e videogames portáteis. A recomendação é, dos três aos doze anos, uma hora diária de exposição no máximo. Até quinze anos, uma hora e meia e, acima dos dezesseis, duas horas. Ele também desaconselha a presença de telas no quarto das crianças e recomenda que informações sobre o assunto sejam incluídas nos materiais informativos oferecidos nas maternidades como uma forma de conscientizar os pais e incentivá-los a tomar atitudes que reduzam o tempo de exposição das crianças a telas. “Outro fator importante é dar o exemplo. O tempo que as crianças e seus pais passam em frente às telas está intimamente relacionado: crianças que vivem em casas em que há intenso hábito de assistir à televisão são mais propensas ao mesmo hábito em quantidade excessiva”, diz Sigman. Para Reibscheid, é importante incentivar as crianças a desenvolverem outros tipos de atividade, como a leitura e as brincadeiras longe das telas. “Os dispositivos acabam virando uma espécie de babá eletrônica para as crianças. É importante que os pais tenham mais tempo com elas e estimulem a prática de atividades físicas e a interação com outros adultos e crianças. Ninguém está dizendo que é proibido ver televisão ou ficar no computador, mas os pais precisam ter o controle e restringir as horas diárias de exposição”, alerta o pediatra.

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