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Estudo brasileiro associa a amamentação ao QI na vida adulta

Pesquisa com 3 500 recém-nascidos gaúchos revelou que aqueles amamentados por mais de um ano tinham maior QI e, consequentemente, mais escolaridade e renda aos 30 anos do que aqueles que mamaram menos tempo

Por Da Redação
18 mar 2015, 16h29

Crianças amamentadas por mais de um ano têm, na vida adulta, maior QI, escolaridade e renda do que aqueles que não completaram um mês de alimentação com leite materno. A revelação é de uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas e da Universidade Católica de Pelotas feita com quase 3 500 recém-nascidos acompanhados por 30 anos.

Conheça a pesquisa

“Já sabíamos que a amamentação auxiliava no desenvolvimento da inteligência. Esse trabalho traz as primeiras evidências dos efeitos práticos desse benefício”, afirmou o professor Cesar Victora, um dos líderes da pesquisa publicada na quarta-feira no periódico The Lancet Global Health. “Havia dúvidas se o efeito da amamentação sobre a inteligência e o desenvolvimento cerebral alcançaria a vida adulta. Os resultados dos estudos mostram que sim”, disse Bernardo Hortas, que divide a coordenação do estudo.

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Os pesquisadores analisaram dados de todos os nascidos em 1982 nas maternidades na cidade gaúcha de Pelotas. Em 2012, 68% deles (3 493) aceitaram ser entrevistados pelos cientistas. Deste universo, havia pessoas de todas as classes sociais. “Estudos em países desenvolvidos muitas vezes são criticados por não conseguirem separar [os participantes] de forma socioeconômica”, disse Hortas. “Nosso estudo faz isso pela primeira vez.”

Resultado – Os voluntários foram divididos em cinco grupos, de acordo com a duração do aleitamento: menos em 1 mês; de 1 a 2,9 meses; de 3 a 5,9 meses; de 6 a 11,9 meses; mais de 1 ano. Testes de QI e questões sobre renda e escolaridade dos participantes revelaram que, quanto mais longa a amamentação, maior o QI, a renda e a escolaridade dos indivíduos. Em relação aos dois extremos, os que mamaram por mais de um ano tinham escolaridade 10% maior e renda 33% superior do que aqueles amamentados por menos de um mês. A diferença de QI era de 3 pontos.

Os pesquisadores atribuem os resultados a uma combinação de fatores. Um dos mecanismos que provavelmente exercem grande influência no maior desenvolvimento da inteligência é a presença de ácidos graxos saturados de cadeia longa no leite materno. “É essencial para o desenvolvimento dos neurônios”, disse Hortas. Mas há outros pontos importantes, como o vínculo entre a mãe e a criança, fortalecido durante a amamentação. Cesar Victora apontou também a necessidade de se avaliar o impacto do leite materno na ativação de genes.

(Com Estadão Conteúdo)

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