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Depressão: um simples exame de sangue indica o melhor tratamento

De acordo com um novo estudo, um exame de sangue pode ajudar os médicos na indicação do melhor tratamento contra depressão

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 out 2016, 17h34 - Publicado em 26 set 2016, 13h54

Um simples exame de sangue pode ajudar a identificar quais medicamentos seriam mais efetivos para o tratamento de um paciente com depressãoDe acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico International Journal of Neuropsychopharmacology, a análise busca identificar o nível de inflamação nos pacientes, o que, por sua vez, poderia “prever” quais responderiam melhor ao tratamento de primeira linha e quais precisam de remédios mais potentes.

De acordo com informações da rede americana CNN, estudos recentes mostraram uma associação entre altos níveis de inflamação em pacientes com depressão e baixo sucesso nas taxas do tratamento de primeira linha, feito com inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). 

Atualmente o tratamento-padrão para depressão é um “jogo” de tentativa e erro. O médico prescreve um medicamento que deve ser tomado por até doze semanas e, enquanto isso, vai monitorando a melhora do paciente. Se há pouca ou nenhuma resposta, o remédio é trocado ou então associado a outro, até que se encontre uma terapia efetiva. Portanto, identificar precocemente o nível de inflamação do paciente pode já indicar se ele precisará iniciar o tratamento com medicamentos mais fortes.

“Se os pacientes não melhoram, eles simplesmente vão trocando os medicamentos na esperança de que algum funcione. O exame pode reduzir esse tempo de resposta das pessoas ao indicar um remédio que provavelmente será mais efetivo”,  disse Carmine Pariante, professor de psiquiatria biológica na King’s College London, criador do teste e principal autor do estudo.

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Para analisar a efetividade do exame, Carmine e sua equipe realizaram o teste. Buscou-se no sangue de 140 participantes com depressão os níveis dos marcadores biológicos MIF e (IL)-1 β. Os resultados mostraram que um terço (33%) dos pacientes tinha altos níveis desses marcadores e, portanto, alto nível de inflamação. Os mesmos pacientes não responderam à primeira linha de medicamentos prescrita.

O teste mostrou também que os participantes com menores níveis de inflamação foram os que melhor responderam ao tratamento-padrão, o que ressalta a tese dos pesquisadores.  “Nós determinamos com 100% de precisão quais pacientes não respondem a esses medicamentos de primeira linha. Esse um terço precisa de uma intervenção mais complexa“, disse Carmine.

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A associação entre inflamação e gravidade da depressão já é conhecida há algum tempo. Acredita-se que a inflamação afete os mecanismos que são alvo dos antidepressivos, interferindo no sucesso desses medicamentos e aumentando a produção de compostos tóxicos no cérebro que, por sua vez, podem piorar os sintomas depressivos. Portanto, encontrar maneiras de testar os pacientes para essa inflamação é uma forma de melhorar a indicação de tratamento para eles.

Segundo o autor, o novo estudo “destaca a importância da saúde física no contexto de depressão” e mostra que “o corpo pode participar na gravidade da depressão e na capacidade de resposta aos antidepressivos”, já que a inflamação pode ser um resultado de vários problemas de saúde, incluindo infecções e doenças como o diabetes.

Apesar dos resultados, os autores ressaltam que, antes de tornar esse exame padrão, é preciso realizar mais pesquisas em uma amostra maior de pacientes.

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