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Depressão pode acelerar processo de envelhecimento

Assim como o stress, a depressão foi relacionada com um encurtamento dos telômeros, marcador biológico do envelhecimento

Por Da Redação
22 fev 2012, 13h45

Um estudo que acaba de ser publicado no periódico Biological Psychiatry afirma que o stress e a depressão podem ter uma relação direta no processo de envelhecimento. De acordo com a pesquisa, as duas condições têm uma característica em comum: um encurtamento precoce dos telômeros, que é o indicador cromossômico do envelhecimento do organismo. Isso significa que, assim como pessoas estressadas tendem a envelhecer mais rapidamente, aquelas que têm depressão correm o mesmo risco.

Saiba mais:

TELÔMEROS

São as ‘tampas’ das extremidades do cromossomo, uma forma de proteção similar à presente nas pontas de um cadarço de tênis. Sempre que um cromossomo é replicado para a divisão celular, os telômeros encurtam. Esse encurtamento tem sido visto por diversos cientistas como um marcador biológico do envelhecimento, o relógio que marca a duração da vida de uma pessoa e sua condição de saúde.

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O stress tem inúmeros efeitos danosos no corpo humano. Parte desses efeitos podem ser sentidos, como dores no estômago ou perda de cabelos. Muitos, no entanto, são invisíveis, como o encurtamento dos telômeros. Estudos recentes ja vinham relacionando o stress e a depressão a um encurtamento prematuro dos telômeros.

A resposta humana ao stress é regulada pelo eixo hipotálamo-pituitário-adrenal (HPA). Esse eixo controla os níveis de cortisol no corpo – alterações nas taxas do hormônio podem indicar situações de stress. O eixo HPA tende a não funcionar normalmente em pessoas com depressão e/ou doenças relacionadas ao stress.

Pesquisa – No estudo, os cientistas mediram o comprimento dos telômeros em pacientes com transtorno depressivo maior (depressão) e também em pessoas saudáveis. Foram medidos ainda os níveis de stress, tanto biologicamente, pelo cortisol, quanto subjetivamente, pelo uso de questionários. Descobriu-se, então, que o comprimento dos telômeros eram menores em pacientes com depressão – o que confirmava as hipóteses anteriores.

De acordo com Mikael Wikgren, coordenador do estudo, a descoberta sugere que o stress tem um papel importante na depressão. “O comprimento dos telômeros era especialmente mais curto em pacientes com sensibilidade demais no eixo HPA. Essa resposta ao HPA foi relacionada ao stress crônico e à baixa habilidade em lidar com o stress”, diz.

Para John Krystal, editor do Biological Psychiatry, a relação entre o stress e o encurtamento dos telômeros vem crescendo consideravelmente. “As descobertas atuais sugerem que os níveis de cortisol podem contribuir para o processo, mas não é claro ainda se o comprimento dos telômeros tem um significado além de biomarcador”, diz.

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Opinião do especialista

Ricardo Alberto Moreno

Coordenador do Programa de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de SP

“A depressão deixa o indivíduo mais suscetível a outras doenças e pode agravar o curso de doenças pré-existentes. A pesquisa é mais uma evidência de que processos deletérios ao organismo ocorrem em paralelo ao episódio depressivo. Assim, a depressão não é apenas o indivíduo que chora ou que está triste ou desanimado. Com esse estudo, temos mais evidências de que na depressão o organismo é acometido como um todo, em seus vários sistemas de funcionamento.”

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