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Depressão atinge 1 em cada 8 pilotos de avião, diz estudo

Pofissionais não procuramtratamento pois temem as possíveis repercussões negativas do diagnóstico da doença em suas carreiras

Por Da redação
16 dez 2016, 12h14

Centenas de pilotos de avião em todo o mundo podem estar voando com depressão não tratada por temerem não voar mais ou perderem seus empregos. A conclusão é de um estudo publicado quinta-feira no periódico científico Environmental Health.

Para os autores, a pesquisa oferece um primeiro vislumbre da saúde mental de pilotos comerciais e o fato de, muitas vezes, eles omitirem esse tipo de doença de seus superiores ou reguladores da aviação porque têm medo das possíveis repercussões negativas em sua carreira. “É compreensível que os pilotos estejam relutantes em revelar seus problemas de saúde mental por causa do potencial risco de afastamento e até mesmo de serem declarados não aptos para o dever”, disse Joseph Allen, autor do estudo, à Reuters Health por e-mail.

Estudo

A pesquisa, realizada por pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, buscou entender melhor a saúde mental de pilotos de companhias aéreas. Para isso, eles disponibilizaram um questionário anônimo on-line com perguntas sobre diversos tópicos, incluindo trabalho, saúde e depressão.

Cerca de 3.500 responderam a pesquisa, mas apenas 1.850 completaram as questões sobre saúde mental. Entre os 1.430 participantes que relataram trabalhar como piloto de linha aérea nos sete dias anteriores ao tempo da pesquisa, 13,5%  preencheram os critérios para depressão: 12,6% foram classificados com “depressão provável” e 4,1% relataram ter pensamentos suicidas nas duas semanas anteriores.

Na diferença entre os sexos, os homens relataram com mais frequência ter experiências de perda de interesse, sentindo-se como um fracasso, dificuldade para se concentrar e pensar que estariam “melhor mortos” quase todos os dias. Por outro lado, as mulheres eram mais prováveis a ter pelo menos um dia com problemas de saúde mental no mês precedente e eram mais propensas a terem sido diagnosticadas previamente com depressão.

O estudo concluiu também que os sintomas de depressão eram mais incidentes em pilotos que tomavam muita medicação para dormir e naqueles que sofriam assédio sexual ou verbal.

Apesar das limitações da pesquisa, como a falta de registros médicos ou exames para um diagnóstico, Allen, afirma que esses resultados servem como um aviso para a indústria aérea melhorar o acesso dos pilotos ao diagnóstico e tratamentos de problemas de saúde mental.

“É obvio que a depressão é subtratada entre os pilotos. Espero que as discussões após o acidente da Germanwings tenham ajudado os pilotos a buscar ajuda de forma mais aberta”, disse Alpo Vuorio, pesquisador de medicina aeronáutica da Universidade de Helsinque, na Finlândia, que não estava envolvido no estudo.

Em março de 2015 o copiloto da Germanwings, que estava em depressão, derrubou propositalmente um avião da empresa nos Alpes Suíços com 150 pessoas a bordoAtualmente, existem cerca de 140.000 pilotos ativos voando mais de 3 bilhões de pessoas por ano

Depressão

A depressão afeta cerca de 350 milhões de pessoas no mundo e, apesar de existirem diversas formas de tratamento contra o problema, muitos relutam em procurar ajuda devido ao estigma em torno dela.

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Os pilotos podem não dizer aos seus próprios médicos sobre sintomas de depressão, porque tanto o diagnóstico quanto o tratamento com antidepressivos vêm com o estigma e o medo de ser afastado, disse Blake Lollis, especialista em medicina aeroespacial no Hospital Yakima Valley Memorial em Washington, nos Estados Unidos, à Reuters.

Lollis ressalta que, apesar do receio dos pilotos, nem o diagnóstico nem o tratamento são o final da carreira.  Eles podem ser liberados para voar mesmo se estiverem tomando antidepressivos.

 

 

 

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