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‘Depilação à brasileira’ aumenta risco de infecção viral

Estudo concluiu que aumento da popularidade de depilação pubiana justifica maior número de casos de infecção da pele transmitida pelo contato sexual

Por Da Redação
19 mar 2013, 17h30

Um pequeno estudo feito na França relacionou o aumento do número de uma infecção viral da pele no país à crescente popularidade de depilações pubianas – entre elas, a chamada ‘depilação à brasileira’, que remove a maior parte dos pelos da região. As conclusões do trabalho foram publicadas nesta segunda-feira no periódico Sexually Transmitted Infections, que faz parte grupo British Medical Journal (BMJ).

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Pubic hair removal: a risk factor for ‘minor’ STI such as molluscum contagiosum?

Onde foi divulgada: periódico Sexually Transmitted

Quem fez: François Desruelles, Solveig Argeseanu Cunningham e Dominique Dubois

Instituição: Hospital Archet, França

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Dados de amostragem: 30 pacientes com molusco contagioso

Resultado: Quase todos os pacientes com molusco contagioso fizeram algum tipo de depilação nos pelos pubianos. Isso sugere que a depilação pode justificar o aumento do número dessa infecção transmitida por contato sexual.

A doença em questão é o molusco contagioso (ou Molluscum contagiosum virus – MCV), que, apesar do nome, é causada por um vírus que provoca pequenas protuberâncias de cor branca ou rosada na pele. O vírus responsável por essa infecção geralmente é transmitido por contato físico direto com e pele e é mais comum na infância. Porém, com menor frequência, ele pode ser passado pelo contato sexual, formando lesões genitais. A maioria dessas lesões desaparece entre um e dois anos sem a necessidade de tratamento.

De acordo com os autores desse estudo, o número de casos dessa infecção transmitidos pelo sexo aumentou. Para descobrir o que estava relacionado a esse aumento, os pesquisadores analisaram os 30 casos de molusco contagioso registrados entre 2011 e 2012 em uma clínica privada na cidade francesa de Nice. Os pacientes que apresentaram o problema, que eram de ambos os sexos, tinham, em média, 29 anos de idade.

Segundo a pesquisa, quase todos esses pacientes (93%) removeram seus pelos pubianos de alguma forma. A maioria (70%) raspou parte deles com lâmina, outros optaram por cortá-los (13%) ou removê-los com cera (10%). Os autores do trabalho sugerem que as pequenas lesões na pele causadas pela depilação facilitam a propagação dessa infecção. Portanto, a popularização de depilações que removem grande parte dos pelos pubianos, ao menos em países como a França, está relacionada à prevalência de tal infecção.

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“Apesar de pequeno, nosso estudo sugere que a depilação (com exceção da feita com laser) pode ser um fator de risco para doenças sexualmente transmissíveis menores, como o molusco contagioso. Nós acreditamos que, como essa infecção pode se propagar com machucados na pele, a depilação também pode favorecer que o problema se espalhe e seja transmitido”, escreveram os autores no artigo, que consideram que estudos maiores são necessários para que essa associação fique mais clara.

Lucia Mandel
Lucia Mandel (VEJA)

Opinião do especialista

Lucia Mandel

Dermatologista e colunista do site de VEJA

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“É muito difícil observar molusco contagioso transmitido por contato sexual. Os casos mais comuns são em crianças, quando o vírus é transmitido por contato com a pele. Eu não vejo na prática clínica que a depilação está relacionada à infecção, como mostrou o estudo francês. Porém, o que eu recomendo a um paciente em relação à depilação é que ele esteja atento à higiene. Dessa forma, é possível se prevenir qualquer infecção.”

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