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Classe do Omeprazol dobra risco de câncer de estômago, diz estudo

Um novo estudo mostrou que o uso frequente e de longo prazo de antiácidos como Omeprazol, Pantoprazol e lansoprazol aumentam o risco de câncer de estômago

Por Da Redação
Atualizado em 7 nov 2017, 19h15 - Publicado em 1 nov 2017, 15h35

Você é daqueles que sente um desconforto no estômago e já recorre a medicamentos como Omeprazol, Pantoprazol e lansoprazol? Se sim, você deveria rever seus hábitos. Um estudo publicado na terça-feira no periódico científico Gut mostrou que o uso desses medicamentos, classificados como inibidores de bomba de próton (IBP), aumenta em até 2,4 vezes o risco de câncer de estômago.

Esse tipo de medicamento é comumente utilizado para tratar refluxo e úlceras estomacais e estudos anteriores já haviam associado seu uso com câncer de estômago. Mas essa foi a primeira vez que essa associação foi confirmada após a eliminação de outras possíveis causas que poderia contribuir para o desenvolvimento da doença, como a bactéria Helicobacter pylori, suspeita pelo desenvolvimento da doença.

Na nova análise, segundo os autores,  da Universidade de Hong Kong, em Hong Kong, e da Universidade College London, na Inglaterra, depois de a bactéria ser removida com o uso de antibióticos, o risco de câncer de estômago aumentou na mesma dosagem e duração do tratamento com os medicamentos anti-refluxo. Apesar dessa preocupação e dos autores estarem convictos da conclusão, é preciso ressaltar que esse foi apenas um estudo observacional que não comprova uma associação de causa e efeito.

O estudo

No estudo, realizado por pesquisadores, da Universidade de Hong Kong, em Hong Kong, e da Universidade College London, na Inglaterra, 63.000 adultos foram divididos em dois grupos: o primeiro, composto por 3.271 pessoas tomou um medicamento da classe IBP, e o segundo, com 21.729 participantes, foi tratado com um remédio conhecido como H2, que também limita a produção de ácido estomacal, durante três anos.

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Os voluntários foram acompanhados entre 2003 e 2015, tempo de duração do estudo. Nesse período, 153 participantes desenvolveram câncer de estômago. As análises mostraram que nenhum deles apresentou a bactéria H Pyloru, mas todos tiveram inflamação estomacal de longo prazo.

Aumento do risco x frequência do uso

Os resultados mostraram que enquanto os bloqueadores de H2 não aumentam o risco de câncer de estômago, os IBPs mais que dobraram a probabilidade da doença. Nas pessoas que tomavam diariamente algum medicamento IBP, o risco foi 4,55 vezes maior do que aqueles que ingeriam o medicamento apenas uma vez por semana.

Após um ano de uso de um medicamento como Omeoprazol, Pantoprazol ou lansoprazol, a probabilidade do paciente desenvolver câncer de estômago aumentou cinco vezes. Após três anos ou mais de uso contínuo, o risco aumentou para oito vezes.

“A explicação mais plausível para a totalidade de evidência sobre isso é que aqueles que recebem IBPs, e especialmente os que continuam a longo prazo, tendem a estar mais doentes de várias maneiras do que aqueles para quem esses remédios não foram prescritos”, disse Stephen Evans, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, na Inglaterra, ao jornal britânico The Guardian.

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Não há motivo para pânico

Apesar dos resultados, segundo Wai Keung Leung, da Universidade de Hong Kong e líder do estudo, o risco absoluto de desenvolver câncer de estômago após tomar algum desses anti-ácidos é pequeno. Portanto, Não há motivo para pânico. “Algumas pessoas têm um grande benefício com o uso desses medicamentos e não quero desencorajá-las”, disse ao jornal americano The New York Times.  

O que diz a Federação Brasileira de Gastroenterologia

Sobre o estudo em questão, a Federação Brasileira de Gastroenterologia afirma que o estudo deve ser “analisado com muita atenção e cautela” porque não pode comprovar uma relação de causa e efeito. A organização também ressalta que a incidência de câncer gástrico em Hong Kong, onde o estudo foi realizado, é maior do que a no Brasil e uma das elevadas do mundo. Além disso, os pacientes participantes não foram comparáveis em relação aos fatores de risco para câncer nem foram avaliados outros fatores de aumento de prevalência da doença.

Por fim, a federação lembra que os “IBPs revolucionaram o tratamento das doenças ácido dependentes, trazendo resultados excelentes para a cura e a qualidade de vida dos seus portadores. Foi comprovado também, que os principais efeitos colaterais dos IBPs estão relacionados à dose total utilizada nos tratamentos”.

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