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Cirurgia bariátrica é eficaz no controle do diabetes tipo 2

Novo estudo demonstrou que, após 5 anos, 88% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica conseguiram controlar o diabetes sem o uso de insulina

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jun 2016, 19h15 - Publicado em 1 jun 2016, 19h13

Um novo estudo concluiu que a cirurgia bariátrica é um tratamento altamente eficaz e duradouro contra o diabetes tipo 2 em pessoas obesas — e superior à terapia baseada em medicamentos. A pesquisa, apresentada durante encontro anual do Colégio Americano de Cardiologia, em Chicago, demonstrou que o procedimento permite que a maioria dos pacientes viva sem insulina e outras drogas usadas para controlar o diabetes pelo menos cinco anos após a operação.

O diabetes tipo 2 ocorre quando o organismo de uma pessoa torna-se resistente à insulina, o hormônio que controla os níveis de glicose no sangue. O excesso de peso é um fator de risco importante para a doença.

“Nossos resultados mostram a durabilidade contínua do controle glicêmico após a cirurgia metabólica, perda de peso persistente, além da redução do uso de medicamentos para doenças cardiovasculares após cinco anos.”, disse Philip Schauer, principal autor do estudo.

O trabalho, feito pela Clínica Cleveland, nos Estados Unidos, é considerado o maior e mais completo sobre o assunto. Foram analisadas três terapias diferentes e os pacientes foram acompanhados por cinco anos. Participaram do estudo 150 pessoas com sobrepeso e diabetes descontrolada, que foram divididas em três grupos: o primeiro recebeu um tratamento à base de medicamentos; o segundo foi submetido à cirurgia com o bypass gástrico; e o último à gastrectomia vertical.

Ao final dos cinco anos de acompanhamento, 88% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica conseguiram controlar o diabetes sem o uso de insulina. Também houve redução da necessidade de medicações para hipertensão e colesterol. Aqueles submetidos à operação também perderam mais peso, em comparação com os que apenas fizeram a terapia medicamentosa.

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Em relação às duas técnicas cirúrgicas analisadas, os pacientes com bypass gástrico mantiveram maior perda de peso e uma taxa mais alta de remissão do diabetes tipo 2, em comparação àqueles submetidos à gastrectomia vertical.

Apesar dos resultados, os autores ressaltam que é preciso analisar os riscos e benefícios da cirurgia de acordo com o perfil de cada paciente. O estudo contou com o apoio da Ethicon Endo-Surgery, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) e da Associação Americana de Diabetes.

Cirurgia como tratamento

A cirurgia gástrica deveria ser uma opção de tratamento padrão para pacientes com diabetes, é o que sugere uma diretriz publicada recentemente na revista Diabetes Care. O documento, assinado por 45 entidades mundiais, entre elas a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), aponta a operação como mais uma opção a ser considerada no tratamento do diabetes tipo 2 para pacientes com IMC entre 30 e 35. Atualmente o procedimento é indicado apenas para pacientes com IMC igual ou maior 35, com doenças associadas.

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“O tratamento do diabetes com a cirurgia metabólica é uma tendência mundial. No Brasil, representa uma alternativa eficaz para 5% a 15% dos 13,5 milhões de diabéticos existentes no país. Combatendo o diabetes podemos diminuir a possibilidade de surgimento das doenças associadas como os problemas renais, de visão, circulatórios, entre outros”, explica Ricardo Cohen, único brasileiro a participar da elaboração do documento.

Números alarmantes

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de adultos com diabetes quadruplicou nas últimas quatro décadas, passando de 108 milhões de pessoas em 1980 para 422 milhões atualmente.

No Brasil, a porcentagem de pessoas com a doença passou de 5% para 8,1% no mesmo período. Em 2014, foram 71.700 mortes causadas no país pela doença.

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