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Cigarros com sabor sairão do mercado em 18 meses, determina Anvisa

Aditivos alteram características do cigarro para atrair jovens, argumenta agência

Por Da Redação
13 mar 2012, 19h57

Cigarros com sabor serão retirados do mercado brasileiro em 18 meses. É o que decidiu a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta terça-feira, em Brasília, após mais de um ano de debate sobre tema.

A norma da Anvisa, aprovada em reunião pública da diretoria do órgão, proíbe o uso de aditivos que reduzem os aspectos desagradáveis da fumaça ou que alterem o aroma dos produtos derivados do tabaco comercializados no Brasil. Além do cigarro, o veto alcança também fumo para cachimbo, charutos e cigarrilhas com sabor, mas os fabricantes destes produtos terão um prazo maior para tirá-los do mercado: 24 meses.

“Nossa ação terá um impacto direto na redução da iniciação de novos fumantes, já que esses aditivos têm como objetivo principal tornar os produtos derivados do tabaco mais atrativos para crianças e adolescentes”, afirma o diretor da agência, Agenor Álvares. Entre os aditivos mais usados atualmente, estão o cravo e o mentol.

Substâncias que conferem sabor doce ao cigarro e que potencializam a ação da nicotina no organismo, como ácido levulínico, teobromina e amônia, também não serão mais permitidas. “Evidências científicas apontam que muitos desses aditivos aumentam o poder da nicotina, fazendo com que os cigarros fiquem mais viciantes”, explica Álvares.

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Açúcar – O uso de açúcar, que gerou polêmica ao longo do processo de discussão da norma, continuará permitido exclusivamente com a finalidade de recompor o que foi perdido naturalmente ao longo do processo de secagem das folhas de tabaco. O regulamento da Anvisa não afeta os produtos derivados do tabaco destinados à exportação.

Embalagens – A Anvisa também proibiu que as embalagens tragam qualquer expressão que possa induzir o consumidor a uma interpretação equivocada quanto aos teores contidos em charutos, cigarrilhas, fumos para cachimbo e outros produtos derivados do tabaco. É o caso de termos como: “baixos teores”, “suave”, “light”, “soft”, “leve”, entre outros. Essas expressões eram proibidas apenas nas embalagens de cigarro desde 2001.

Estudo – A decisão da Anvisa foi amparada por um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, divulgado nesta terça-feira. A pesquisa foi feita com mais 17 mil estudantes em 13 capitais do Brasil. Entre 2005 e 2009, o estudo aponta que 30,4% dos meninos e 36,5% das meninas entrevistados já haviam experimentado cigarro alguma vez na vida. Desse grupo, 58,2% dos meninos e 52,9% das meninas informaram que preferem cigarro com sabor.

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A pesquisa também mostra que o sabor é importante para 33,1% dos entrevistados. Dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) apontam que 45% dos fumantes de 13 a 15 anos consomem cigarros com sabor. Cerca de 600 aditivos são utilizados na fabricação de cigarros e de outros produtos derivados do tabaco.

Crescimento – Entre 2007 e 2010, o número de marcas de cigarros com sabor, cadastradas na Anvisa, cresceu de 21 para 40. Uma pesquisa realizada pelo Instituto DataFolha, em 2011, apontou que 75% dos entrevistados concordaram com a proibição de aditivos para diminuir a atratividade de produtos para fumar.

No Brasil, o tabagismo é responsável pela morte de 200 mil pessoas todos os anos. Atualmente, existem 25 milhões de fumantes e 26 milhões de ex-fumantes no país. A prevalência de fumantes é de 17,2% da população de 15 anos ou mais.

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