Os brasileiros estão seguindo apenas parcialmente a recomendação do Ministério da Saúde de adiar a viagem para destinos na América do Sul onde o vírus da gripe suína – A (H1N1) – circula com intensidade. “Cerca de 20% das pessoas que viajariam neste mês para Argentina e Chile mudaram as datas ou cancelaram os pacotes”, diz a assessoria de imprensa da agência Expedition.
De acordo a GSA Tours, outra importante companhia brasileira que opera na América do Sul, muitos clientes têm consultado a empresa devido ao receio da doença. “Bastante gente está ligando para colher informações sobre a política de cancelamento de viagens. Mas a maioria pede a alteração da data, não o cancelamento”, diz a assessoria de imprensa da companhia.
A CVC, maior empresa de turismo do Brasil, afirmou não ter conhecimento de possíveis cancelamentos ou mudanças de datas em viagens de seus clientes. “Ainda é muito recente”, diz.
Em nota oficial, a companhia aérea GOL afirmou que não cobrará taxa de cancelamento e remarcação de clientes que adquiriram passagens para a Argentina e Chile antes de 24 de junho. “Os clientes deverão arcar apenas com eventuais diferenças tarifarias em caso de remarcação”, explica a nota da empresa. Entretanto, a aérea não sabe informar os números de clientes que efetuaram o cancelamento ou remarcaram a viagem. A TAM também foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou até o fechamento desta matéria.
Empresas – A preocupação com a gripe se estendeu às empresas nesta semana. A mineradora Vale colocou cerca de 90 funcionários em monitoramento domiciliar, no Rio, depois que um consultor foi diagnosticado com o vírus H1N1. “Com o intuito de preservar a saúde dos demais empregados e prestadores de serviço, a Vale adotou medidas mais restritivas, solicitando que todas as pessoas que trabalham no 30º andar do Edifício Santos Dumont ou que tiveram contato direto com o profissional procurem o posto de saúde municipal mais próximo à sua residência ou atual hospedagem informando o caso”, disse a empresa em nota.
A Serasa Experian, em São Paulo, empresa de proteção de crédito, também afastou cerca de 90 empregados que tiveram contato com outros cinco cujo diagnóstico para a gripe suína foi confirmado. O grupo foi contaminado após uma viagem de trabalho ao Chile. A Natura também anunciou o afastamento de funcionários de uma sede da empresa em Cajamar, na Grande São Paulo, em decorrência da doença. A fabricante de cosméticos, porém, não informou quantos trabalhadores foram afastados para quarentena.
Escolas � De acordo com as Secretarias de educação dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo não existe nenhuma intenção do governo de antecipar as férias de inverno. “As aulas continuarão normalmente. Por enquanto, estamos em contato permanente com a Secretaria de Saúde para saber sobre algum possível caso”, disse a assessoria da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro.
Colégios privados de São Paulo, porém, anteciparam suas férias de julho. O objetivo é reduzir o contato dos alunos em sala de aula, ambiente considerado propício ao contágio do vírus.