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Brasileiro ainda desconhece riscos dos vírus zika e chikungunya

O grande risco do desconhecimento é o brasileiro subestimar os perigos desses vírus e não tomar medidas contra as doenças transmidas

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 nov 2016, 14h55 - Publicado em 10 nov 2016, 14h54

Uma  pesquisa inédita realizada pela Sociedade Brasileira de Dengue/Arboviroses e divulgada nesta quinta-feira mostrou que, embora o brasileiro se considere bem informado sobre sintomas e prevenção de arboviroses, a maioria conhece bem apenas a dengue, enquanto outras doenças transmitas pelo mosquito Aedes aegypti como zika e chikungunya ficam em segundo plano.

O levantamento, que contou contou com o apoio da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e do SBP Repelente, foi realizado com 1.000 pessoas de todas as regiões do país para entender o grau de conhecimento da população sobre medidas de prevenção, sintomas das doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti e percepção sobre o papel dos repelentes nesse processo.

Os resultados mostraram que mais de 75% dos brasileiros conhecem as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti mais divulgadas pela mídia como dengue, chikungunya e zika. Porém, poucos – apenas 12,1% – sabem que a febre amarela também é transmitida por ele.

Apesar do bom conhecimento em geral, alguns dados levantados foram preocupantes. Na região Sul, por exemplo, 22,3% das pessoas não associam o mosquito à transmissão da dengue e no Nordeste e Sudeste parte da população afirmou que ele é responsável pela Doença de Chagas – transmitida pelo barbeiro. Os entrevistados das regiões Nordeste e Sul também associam o mosquito à Síndrome de Guillain-Barré, pouco conhecida pela população em geral.

A ocorrência da síndrome, uma doença autoimune do sistema nervoso que pode causar paralisia, foi associada à infecção pelo zika vírus, mas ela não é transmitida pelo Aedes.

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Em relação aos conhecimentos sobre as doenças, 81,7% se mostraram bem-informados sobre a dengue, mas o cenário é preocupante em relação à zika e à chikungunya. Mais de 42,3% dos entrevistados não está bem informado sobre o zika vírus e 30,5% disseram não saber quais são os sintomas da chikungunya.

Esse conhecimento se reflete no grau de preocupação com as doenças. Dentre as enfermidades transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue é a que mais preocupa a população. Seguida pela zika (33,2%) e chikungunya (9,2%). Muitas pessoas também associam a microcefalia ao mosquito e 18,3% mostraram-se preocupados principalmente com ela. Entretanto, como no caso da Síndrome de Guillain-Barré, a malformação pode ser uma consequência da infecção por zika, não uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. 

Ao observarmos a preocupação da população por região, no Norte, 100% responderam que têm um alto grau de preocupação com as doenças transmitidas pelo mosquito. Já no Sudeste, uma pequena parcela da população (7,4% ) nem se preocupa.

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Em relação aos sintomas das arboviroses (doenças provocadas por vírus transmitidos pela picada de mosquitos ou aracnídeos) transmitidas pelo Aedes, as pessoas conhecem os sintomas e as formas de se evitar a picada do mosquito, como o uso de repelente e roupas compridas, entretanto, ainda falta conhecimento sobre uma das maneiras mais eficazes de prevenção, que é o uso correto e diário da Icaridina como princípio ativo de repelente. A maioria dos participantes afirmou usar repelente corporal apenas em situações específicas, como no campo, na praia ou durante o verão.

Outro alerta levantado pela pesquisa é que as pessoas estão menos informadas sobre o fato de que há grande possibilidade do zika e da chikungunya não apresentarem sintomas. Em relação à chikungunya o cenário é ainda mais preocupante: um terço dos entrevistados disse desconhecer os sintomas da doença.

Para o infectologista Artur Timerman, é preocupante o pouco conhecimento da população em relação às manifestações clínicas da doença, principalmente na situação peculiar de epidemia tripla que vivemos. Ainda segundo o especialista, é sim importante conscientizar a população sobre medidas de prevenção a serem tomadas em casa, como eliminação dos criadouros e uso correto dos repelentes – aplicação a cada duas horas dos à base de DEET e a cada quatro horas nos à base de icaridina – mas, em longo prazo, a única solução é melhorar o sistema de urbanização e de saneamento básico das cidades.

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