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Chikungunya pode ser transmitida durante gravidez

Um caso de transmissão do vírus da gestante para o feto foi confirmado em um bebê na Paraíba e outros dois estão sob investigação

Por Da redação
24 jun 2016, 12h19

Um bebê de 12 dias apresentou fortes convulsões e está internado em uma unidade de terapia intensiva na cidade de Campina Grande, na Paraíba, após ser diagnosticado com chikungunya. Resultados de exames confirmam a transmissão do vírus da gestante para o feto. O alerta foi dado por pediatras do Hospital Municipal da Criança e confirmado pela equipe da obstetra Adriana Melo, médica também responsável pela identificação do vírus zika no líquido amniótico de dois fetos com microcefalia em 2015.

De acordo com Adriana, embora existam relatos na literatura mundial de casos de transmissão de chikungunya da mãe para o bebê durante a gestação, ela desconhece qualquer precedente similar no país. Casos de transmissão vertical já foram relatados em uma epidemia na Ilha Réunion, no Oceano Índico, durante os anos de 2005 e 2006. Especialistas afirmam que a transmissão pode causar problemas graves de saúde na criança. “Não há casos de má-formação. O que ocorre são problemas depois, relacionados à ação do vírus no sistema nervoso. As convulsões são resultado de meningite. O vírus provoca problemas neurológicos, levando a esse tipo de reação”, diz a médica.

O resultado reforça o alerta para gestantes, que devem adotar medidas de proteção contra o Aedes aegypti, mosquito vetor de zika, dengue e chikungunya, ao longo de todo o período da gestação. “Enquanto o maior risco de transmissão do zika ocorre nos primeiros três meses de gravidez, no caso de chikungunya ocorre o oposto. A transmissão para o feto geralmente acontece quando a mãe adoece já no fim da gestação”, afirma Rivaldo Cunha, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz.

O exame, realizado por pesquisadores do Instituto Paraibano de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (Facisa) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi feito para identificar traços do vírus tanto no bebê quanto na mãe. Outros dois casos na cidade estão em investigação pelo grupo de pesquisa liderado por Adriana.

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Atenção — O alerta é ainda mais importante quando se leva em conta a circulação do vírus no país. A chikungunya está presente em todos os Estados e no Distrito Federal. Até maio, haviam sido contabilizados quase oito vezes mais infecções do que no mesmo período do ano passado, quando 11.216 casos foram informados.

Além do aumento do número de casos, há uma elevação expressiva nas mortes relacionadas à doença – algo que, antes da experiência do Brasil, era considerado muito raro. Em Pernambuco, foram confirmadas 22 mortes.

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Procurado, o Ministério da Saúde, afirmou, em nota, que a infecção pela febre chikungunya em mulheres grávidas, especialmente no final da gravidez, pode ocorrer e ocasionar o nascimento de bebês com a infecção. A pasta afirmou acompanhar e incentivar os estudos sobre essa possível transmissão vertical.

A equipe de Adriana Melo foi a primeira a identificar traços de vírus zika no líquido amniótico de bebês com microcefalia. A descoberta foi um importante passo para reforçar a relação – hoje já tida como certa – entre o vírus e a epidemia de nascimentos de crianças com a má-formação no Brasil.

(Com Estadão Conteúdo)

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