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Banho de sol sem proteção para obter vitamina D é desnecessário, diz especialista

Em visita ao Brasil, dermatologista americano disse considerar que riscos de exposição desprotegida ao sol superam os benefícios de obter a vitamina — o que pode ser feito de outras formas, como tomando suplementos

Por Vivian Carrer Elias
13 Maio 2013, 09h04

A maior parte das pessoas não precisa se preocupar com seus níveis de vitamina D – e todas devem ignorar a recomendação comum de exposição ao sol diária sem o uso de protetor solar. Ao menos é o que indica a seus pacientes o dermatologista Henry Lim, especialista em fotoproteção e chefe de dermatologia do Hospital Henry Ford, em Detroit, Michigan, nos Estados Unidos. Segundo o médico, que esteve em Campos do Jordão para participar do 25º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica no início do mês, banhos de sol são desnecessários para que tenhamos níveis adequados de vitamina D, além de perigosos para a saúde.

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“Se essa recomendação for seguida com frequência e durante muito tempo, o potencial dano à pele é maior do que o potencial benefício de obter vitamina D pelo sol, mesmo entre pessoas que têm insuficiência em vitamina D”, disse o médico em entrevista ao site de VEJA. Lim defende que pessoas que fazem parte do grupo de risco de deficiência da substância, como os idosos, precisam controlar, sim, os seus níveis de vitamina D, mas os suplementos do nutriente já são suficientes para ajudá-los. Já os indivíduos fora desse grupo de risco, diz o médico, podem seguir com suas atividades normais e, mesmo usando protetor solar todos os dias, não terão insuficiência da vitamina.

O dermatologista Henry Lim
O dermatologista Henry Lim (VEJA)

Todas as pessoas deveriam se preocupar com seus níveis de vitamina D? A maior parte dos indivíduos não deve se preocupar com os níveis da vitamina. Mas há uma atenção especial em torno de determinados grupos de pessoas, que fazem parte do grupo de risco. São idosos, obesos, pessoas com sensibilidade severa à luz solar, indivíduos que se cobrem quase que completamente com roupas por motivos religiosos ou pessoas com a pele muito escura. São pessoas definitivamente com alto risco que precisam ser examinadas com frequência e fazer uso de suplementos de vitamina D.

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Qual é a sua opinião sobre a recomendação de as pessoas se exporem ao sol sem protetor solar diariamente para que sintetizem a vitamina D? Acho que é totalmente desnecessária. Estudos feitos ao redor do mundo mostram que, no geral, os níveis de vitamina D são saudáveis mesmo em indivíduos que não ficam no sol de propósito, e que realizam as atividades normais de seu dia a dia. Isso mostra que continuar fazendo atividades diárias normais, mesmo usando protetor solar, não vai causar insuficiência em vitamina D.

Essa exposição solar proposital e sem proteção é arriscada? Acontece que se você seguir essa recomendação com frequência e durante muito tempo, o potencial dano à pele é maior do que o potencial benefício de obter vitamina D pelo sol, mesmo entre pessoas que têm insuficiência em vitamina D. O risco mais reconhecido da exposição ao sol a longo prazo é o câncer de pele. O benefício potencial é obter vitamina D, mas podemos obter a vitamina em pílulas ou pela dieta, embora a dieta seja mais difícil pois você teria que comer muito peixe todos os dias. Por isso, minha recomendação é que as pessoas com um maior risco de deficiência simplesmente tomem suplementos de vitamina D, pois eles são muito simples, acessíveis e controláveis, ou seja, você sabe exatamente a quantidade da vitamina que está ingerindo.

Pessoas que não fazem parte do grupo de risco de deficiência em vitamina D também deveriam tomar suplementos? Aquelas que fazem parte do grupo de risco definitivamente devem fazer uso dos suplementos a partir do momento em que os seus níveis estão baixos. Para indivíduos saudáveis, eles devem tomar os suplementos apenas se quiserem. Se eles ficarem dentro da recomendação de 600 a 1.000 UI de vitamina D, não haverá problemas. [UI significa unidade internacional. 600 a 1.000 UI de vitamina D correspondem a de 15 a 25 microgramas do nutriente]

Então, quem não faz parte do grupo de risco pode seguir com suas atividades normais sem se expor ao sol propositalmente, e ainda usando protetor solar, não deve se preocupar com seu nível de vitamina D? Correto.

Qual é o fator de proteção solar (FPS) ideal para ser usado e que não prejudica os níveis de vitamina D? O ideal é proteção solar com fator 15 para uso diário e 30 se você vai fazer atividades ao ar livre. Mas se você fica muito ao ar livre, é melhor um fator maior, como 50.

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A vitamina D que obtemos de pílulas ou dieta é diferente da que obtemos pelo sol? Há algumas diferenças, mas de uma maneira geral, as fontes fornecem a mesma vitamina D e com os mesmos benefícios.

Saiba mais

VITAMINA D

A vitamina D é fundamental para o ser humano. A evidência mais forte sobre seus benefícios é a proteção contra fraturas ósseas, mas pesquisas também já relataram uma associação entre a vitamina e uma menor prevalência de doenças cardiovasculares e câncer. A deficiência da vitamina pode provocar raquitismo, alterações no crescimento e nos ossos, além de reduzir a imunidade. A principal fonte da substância é o sol e, por isso, é comum que médicos recomendem a seus pacientes que tomem breves banhos de sol todos os dias sem proteção solar – indicação que causa arrepios em outros especialistas, principalmente naqueles que estão preocupados com o câncer de pele. Além do sol e suplementos vitamínicos, é possível obter vitamina D em alimentos ricos na substância, como bacalhau, salmão, leite e gema de ovo.

PROTEÇÃO SOLAR

Uma pesquisa feita em 2012 por uma empresa farmacêutica, com 1.500 mulheres de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre revelou que as participantes se expõem ao sol cerca de 1h30 todos os dias, em média. No entanto, apenas três em cada dez mulheres afirmaram usar protetor solar no rosto diariamente. De acordo com o levantamento, os adolescentes utilizam protetor solar com menos frequência do que a média da população em geral, e o uso do produto é mais comum entre pessoas de classes socioeconômicas mais altas.

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