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Quem vê cara…

'Logan Lucky', a saborosa volta de Steven Soderbergh ao cinema, descobre gênios do crime em um clã de matutos 

Por Isabela Boscov Atualizado em 13 out 2017, 06h00 - Publicado em 13 out 2017, 06h00

Depois de quatro anos retirado do cinema (embora não da TV, para a qual dirigiu o filme Behind the Candelabra e a série The Knick), Steven Soderbergh achou um jeito de ceder à comichão de filmar sem ter de enfrentar sua irritação com a engrenagem de marketing dos estúdios: para pôr na rua o saboroso Logan Lucky — Roubo em Família (Logan Lucky, Estados Unidos, 2017), já em cartaz no país, tomou todas as rédeas na mão e virou também distribuidor. No esquema que o diretor está testando, Channing Tatum, Daniel Craig, Adam Driver e Hilary Swank, mais o restante do elenco e da equipe, trabalharam pela tabela do sindicato. Mas, à medida que a bilheteria entra, ela vai direto para o bolso de quem suou no set. Ainda que a renda de Logan Lucky se venha provando modesta, ninguém tem do que se queixar: seus prazeres excedem em muito seu desempenho contábil.

Estacionados no subemprego e sempre ouvindo um sertanejo no rádio, mexendo no motor do carro ou conversando com o sotaque espesso da Virgínia Ocidental, os irmãos Logan não têm lá muita cara de gênios do crime. Parece delírio que Jimmy (Tatum), Clyde (Driver) e Mellie (Riley Keough, neta de Elvis Presley) se proponham a sair da pindaíba assaltando o circuito da Nascar no dia da prova das 600 milhas — um delírio combinado à alucinação de que Joe Bang (Craig), que aliás está preso, e seus dois irmãos parvos possam explodir o cofre. E, no entanto, o clã surpreende (inclusive a si mesmo). Logan Lucky tem as tiradas rápidas, os cortes cheios de humor e as estratégias mirabolantes do grande sucesso de Soderbergh, Onze Homens e Um Segredo (com o qual, aliás, o novo filme brinca). Mas troca o glamour pela caipirice e pelo improviso. É pura diversão. Vem, porém, com uma cutucada no público liberal e bem-­pensante que costuma prestigiar o diretor: subestimem a América profunda, se quiserem — mas façam-no por sua conta e risco.

Publicado em VEJA de 18 de outubro de 2017, edição nº 2552

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