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Diplomacia familiar

Precisamos acalmar os ânimos com os parentes

Por Rosely Sayão
Atualizado em 5 ago 2017, 06h00 - Publicado em 5 ago 2017, 06h00

A VIDA EM FAMÍLIA é, na maioria das vezes, a nossa sustentação. A família aconchega, acolhe, defende, oferece segurança, é nossa fortaleza. Há momentos harmoniosos de convivência que melhoram a nossa qualidade de vida! Podemos contar com os integrantes da família sempre, estejam onde estiverem. É o único grupo ao qual pertencemos a vida toda. É uma panelinha amorosa!

Mas, como tudo, a vida em família tem o seu outro lado: não é — e nunca foi — fácil viver em família. Dentro das quatro paredes, os conflitos, as cobranças, as pressões e as expectativas frustradas, só para citar alguns exemplos, vêm à tona.

Normal! Afinal, como são os afetos que regem a vida do grupo familiar, não tinha como ser diferente, porque eles sempre andam aos pares, com seus opostos. É por isso que, onde há amor, há ódio, também. Só não há indiferença, porque, aí, não há afeto.

Entreveros familiares sempre existiram e existirão, mas, na atualidade, os laços familiares andam frágeis, porque qualquer motivo à toa já basta para que surjam picuinhas, hostilidades, distanciamento, raiva, mágoa etc. Será que estamos a assumir que, de fato, “parente é serpente”?

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Uma bronca de um tio no sobrinho é motivo para que os irmãos se desentendam; passar um dia com os netos já pode suscitar fofocas maldosas a respeito dos avós; um presente dado a uma sobrinha provoca ciúme de outra irmã, e assim por diante.

Por que esses pequenos acontecimentos do cotidiano, antes relevados, agora despertam emoções tão intensas nos integrantes do grupo familiar? Temos algumas pistas.

O modo individualista de viver e a busca da felicidade pessoal permanente, valores sociais que adotamos faz tempo, têm grande parcela de responsabilidade nessa questão.“Eu preciso pensar em mim”, “devo pôr para fora tudo o que me atormenta”, “por que as pessoas agem de modo tão diferente do que deveriam?” são alguns exemplos de pensamentos que existem em nós, muitas vezes à nossa revelia, e que mostram quanto os valores citados interferem em nossa vida pessoal. E, armados com pensamentos desse tipo, somos capazes de travar pequenos embates e confrontos com parentes, o que afeta sobremaneira a sobrevivência da vida familiar.

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A posse quase absoluta dos filhos é outro fator responsável por pequenos e grandes conflitos familiares. Se você prestar atenção, ao ouvir uma mãe ou um pai falar sobre os filhos, vai perceber que o ponto alto da frase é o pronome possessivo: “MEUS filhos”. Por isso, ouse alguém fazer ou dizer algo a eles de que o pai ou a mãe não goste! Problema na certa.

Precisamos acalmar os ânimos com os parentes, relevar as pequenas adversidades que eles nos provocam, sem querer ou intencionalmente, respeitar as diferenças existentes, perdoar os seus defeitos e lembrar, sempre, dos benefícios que pertencer a uma família nos traz e que hoje estão em risco. Senão, logo teremos mais um curso de graduação disponível no já concorrido mercado universitário: “diplomacia familiar”. Somos capazes de dar conta disso, não somos?

Publicado em VEJA de 9 de agosto de 2017, edição nº 2542

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