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A crise não é desculpa

Mesmo em meio ao aperto financeiro, alguns estados brasileiros conseguem melhorar seus indicadores de educação, segurança e solidez fiscal 

Por Giovanni Magliano Atualizado em 22 set 2017, 06h00 - Publicado em 22 set 2017, 06h00
(Arte/VEJA)

Segurança e solidez fiscal foram os fatores que mais movimentaram o Ranking de Competitividade dos Estados neste ano. Entre os oito estados que mais ganharam ou perderam posições, todos registraram mudanças significativas, e para melhor, em pelo menos uma dessas áreas — a maioria avançou em ambas. O ranking, elaborado desde 2011, teve sua sétima edição divulgada na semana passada. A análise é feita pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a consultoria Tendências e com a Economist Intelligence Unit, a divisão de pesquisas e análises do grupo que edita a revista inglesa The Economist. Entram na ponderação dos resultados 66 indicadores, divididos em dez pilares: infraestrutura, educação, sustentabilidade social, segurança pública, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação.

Rondônia, na Região Norte, foi uma das boas surpresas do estudo. Além de ser um dos estados menos competitivos na disputa pela atração de investimentos, apresentava deficiências no saneamento básico e nos transportes. Os índices de criminalidade preocupavam, e a qualidade do ensino ficava abaixo da média nacional. Em 2016, o estado foi o pioneiro em fazer uma parceria com o governo federal com o objetivo de estabelecer um plano de desenvolvimento sustentável. Os bons resultados começaram a aparecer. Graças principalmente a avanços em infraestrutura e segurança, Rondônia ganhou cinco posições na nova edição do ranking. O vizinho Acre foi outro destaque positivo: subiu da 25ª para a 19ª posição, sobretudo por causa da melhora em segurança e na solidez das finanças públicas. Na mesma Região Norte está o estado que mais regrediu: o Amapá tombou dez posições no ranking, devido à piora em segurança pública, solidez fiscal e capital humano.

Já a Paraíba passou a ser o estado com a melhor avaliação no Nordeste em razão de avanços nos indicadores de educação e segurança pública. Santa Catarina, que neste ano ultrapassou o Paraná e ficou em segundo lugar no ranking, exibiu melhoras em infraestrutura e segurança (item em que o Paraná piorou). O governo catarinense contratou mais de 1 000 policiais e investiu em tecnologias voltadas para o combate ao crime. Houve progresso também na estabilidade das finanças públicas.

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Nesse aspecto, os maiores estados brasileiros foram os que se saíram pior. São Paulo, por exemplo, ficou entre os cinco primeiros colocados em todos os pilares — menos no da solidez fiscal (21º lugar). Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais apareceram nas três últimas colocações no mesmo quesito. O quadro reflete, basicamente, o excesso de gastos públicos e as dívidas elevadas. “É uma situação que restringe o potencial da economia, já que sugere a necessidade de cortes de investimento”, afirma Fabio Klein, da Tendências.

A análise mostra que, mesmo em tempos de aperto financeiro, governadores de estados pequenos conseguiram conquistar avanços em indicadores sociais e econômicos importantes. Crise, como se sabe, não é desculpa para fracassos de gestão.

Publicado em VEJA de 27 de setembro de 2017, edição nº 2549

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