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Vídeo em poder da Polícia Civil desmente versão de PM sobre prisão de Bruno Ferreira Teles

Imagens mostram jovem de pé, perto dos policiais, sem explosivos nem mochila. Governo do estado afirma que, apesar do habeas corpus, ele ainda poderá "responder pelo crime"

Por Leslie Leitão 25 jul 2013, 21h29

Um vídeo gravado na noite da última segunda-feira, quando manifestantes e policiais militares se enfrentaram nas imediações do Palácio Guanabara, desmente a versão dos PMs que prenderam o jovem Bruno Ferreira Teles, acusando-o de lançar coquetéis molotov contra a tropa e de portar outros explosivos. As imagens estão em poder da Polícia Civil, que analisa o caso para averiguar se houve abusos na detenção do rapaz, cujo habeas corpus concedido pela Justiça na tarde de terça-feira teve como base a falta de provas.

A gravação foi feita a partir de um prédio. No momento da prisão, Bruno estava sem mochila e sem nada nas mãos. Segundo os policiais que prenderam Bruno, ele foi detido por ter lançado um coquetel molotov contra os policiais. O protesto ocorria simultaneamente à visita do papa Francisco ao Palácio Guanabara, onde foi feita uma cerimônia de recepção ao pontífice.

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Há um desencontro no que afirmam os agentes e o que mostra o vídeo. Afinal, se Bruno tivesse sido flagrado lançando os explosivos, não haveria razão para estar, bem depois das detonações, andando e falando livremente. O áudio não permite identificar o que é conversado entre ele e um policial, mas vê-se claramente quando o PM, fardado – não um P2, à paisana, como disse um dos policiais em outra gravação – segura Bruno pelo pulso.

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Bruno, então, corre do policial, com cerca de vinte outros PMs em sua perseguição, com cassetetes. As pessoas que gravam o vídeo se desesperam, até que o rapaz é visto caído.

Na tarde desta quinta-feira, uma nota conjunta do governo do estado do Rio, da Secretaria de Segurança e da Polícia Civil Informou que, “mesmo com a concessão do habeas corpus por parte da Justiça”, Bruno está em liberdade provisória e, “caso seja denunciado pelo Ministério Público, continuará a responder pelo crime pelo qual foi autuado”. Segundo a Polícia Civil, em nenhum momento atribuiu-se a Bruno a posse de coquetéis molotov apreendidos durante a manifestação”. Com ele, diz a nota, foram apreendidos dois braceletes feitos de placa de alumínio.

“Bruno Ferreira Teles foi preso em flagrante, no dia 22 de julho (segunda-feira), por empregar artefato incendiário. Ele foi autuado no artigo 16, parágrafo único, inciso III, do Estatuto do Desarmamento, que consiste em punir quem “possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”, diz a nota.

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Segundo o governo do estado, a prisão de Bruno na 9ª DP (Catete) ocorreu com base em depoimento de policiais militares. “Um dos policiais militares afirmou ter visto quando manifestantes acenderam um coquetel molotov e o entregaram a Bruno, que o lançou contra a tropa de PMs. Ainda segundo declarações do PM, Bruno recebeu ordens para parar, mas resistiu à prisão e tentou fugir correndo”.

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