A conhecida e barulhenta tropa de choque de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presença assídua nas sessões do Conselho de Ética, abandonou a reunião desta quarta-feira após o início da leitura do relatório que pede a cassação do presidente afastado da Câmara. Os aliados do peemedebista apenas se manifestaram no início da sessão, quando os deputados Carlos Marun (PMDB-MS) e João Carlos Bacelar (PR-BA) anunciaram que vão recorrer a uma manobra regimental e pedir o adiamento da votação do relatório. No momento, apenas parlamentares favoráveis à perda de mandato do presidente afastado da Câmara estão no plenário. O relator Marcos Rogério (DEM-RO) lê o parecer há quase três horas e, embora ainda não tenha proferido seu voto, já foi enfático ao implicar o peemedebista no esquema de corrupção da Petrobras e ao sustentar que ele mentiu sobre a manutenção de contas secretas no exterior: disse que Eduardo Cunha recorreu à relação com os trusts como uma “escancarada tentativa de dissimilar a existência de bens” para esconder os frutos do recebimento de propina. Nos bastidores, o esforço de aliados de Cunha é para derrubar o parecer elaborado pelo deputado do DEM e emplacar uma punição mais branda ao peemedebista, como a suspensão do mandato. (Marcela Mattos, de Brasília)