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Temperatura morna no penúltimo debate

Esperado, confronto acirrado entre Dilma e Serra não ocorreu

Por Mirella D'Elia, Marina Dias e Cecília Ritto
27 set 2010, 00h31

A uma semana das eleições,a expectativa era de um embate acirrado em um encontro entre os quatro candidatos à Presidência no penúltimo debate desta campanha, com troca de farpas – principalmente – entre os rivais José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) após a sucessão de escândalos envolvendo pessoas ligadas à ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, sucessora da petista no cargo. Não foi o que se viu no estúdio da TV Record,no Rio de Janeiro, na noite deste domingo. Petistas e tucanos tiveram a mesma impressão.

De maneira geral, a temperatura foi morna, com poucos confrontos entre Serra e Dilma. As denúncias de tráfico de influência, envolvendo a ex-ministra da Casa Civil, por exemplo, vieram à tona no primeiro bloco. Mas coube ao candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, abordar o tema.”No último debate, você ficou nervosa com o meu comentário sobre Erenice. A verdade é que o escândalo bateu na sala ao lado. Você é incompetente ou conivente. Você vai escolher outra Erenice por aí?”, perguntou Plínio, rispidamente.

A petista rebateu as críticas e disse que “ninguém está acima de qualquer suspeita”. “O importante é que não se deixe nada sem apurar. Asseguro que se eu for eleita e até lá o governo não concluir a apuração da Receita e da Casa Civil, irei até o fim nas investigações”.

O candidato do PSOL, aliás, encarnou o papel que desempenhou durante toda a campanha: o de franco atirador. Também criticou a verde Marina Silva, chamando-a de “ecocapitalista”, acusou-a de “rotular as pessoas transversalmente” e disse que Marina “está fazendo demagogia” para ir para o segundo turno. Marina, como de praxe, evitou alimentar o atrito. “Apesar de você me rotular, continuarei tratando você bem, Plínio”, respondeu.

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Loteamento – Na primeira pergunta que dirigiu à oponente Dilma Rousseff, Serra escolheu falar sobre as agências reguladoras e acusou o governo Lula de loteamento. Dilma, por sua vez, se disse favorável à “meritocracia” e ao profissionalismo nas agências e ministérios”.

Lembrou o racionamento de energia que aconteceu no governo Fernando Henrique, quando Serra era Ministro do Planejamento.”O país passou por um racionamento de oito meses porque o ministro do Planejamneto não fez planos adequados. Isso aconteceu quando você era o ministro da pasta”, disse Dilma.

Papel da imprensa – O segundo bloco teve a temperatura um pouco mais elevada. Não houve embate direto entre os candidatos, já que jornalistas formularam as perguntas. Um dos momentos mais quentes foi quando a jornalista Ana Paula Padrão perguntou para a petista se ela seria capaz de “controlar o PT”, citando escândalos que marcaram o governo Lula. Em resposta, Dilma afirmou que não vai “varrer nada para debaixo do tapete”. Irônico, Plínio disparou: “Ela não vai controlar o PT, porque ela nunca foi do PT, Dilma foi fabricada pelo Lula”.

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Depois de diversas críticas feitas pelo presidente Lula nas últimas semanas, a cobertura das eleições acabou também entrando em pauta. A jornalista Adriana Araújo indagou ao candidato do PSOL se ele considerava a imprensa “imparcial”. “Jesus Cristo”, respondeu ele. Já Dilma preferiu baixar o tom. “Prefiro ouvir as vozes múltiplas do que o silêncio das ditaduras”.

Dilma x Marina – As candidatas do PT e do PV protagonizaram um embate mais forte no terceiro bloco, quando as denúncias envolvendo a Casa Civil voltaram a ser mencionadas. Marina Silva lembrou que Dilma assumiu o ministério após denúncias envolvendo o ex-titular da pasta José Dirceu, réu no processo do mensalão – o maior escândalo do governo Lula. “Não houve nenhum processo de corrupção de que eu tenha tomado conhecimento”. “Por muito tempo o Brasil perdeu condições de gestão e planejamento porque diminuiu investimentos. É muito fácil se queixar por não haver profissionalismo nos governos. A gente recompôs a máquina pública”, disse a petista.

Marina rebateu: “Esses investimentos parecem não ter dado resultado”. A verde, que até então levantava a bandeira das propostas e criticava a perguntas ofensivas, acrescentou que “tudo se repetiu” quando Dilma assumiu o cargo de ministra da Casa Civil. “Tráfico de influência, fisiologismo, tudo de novo”, acusou Marina, indagando da rival o que fez quando soube das denúncias e o que faria para evitar novos casos de corrupção.

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“A mesma coisa que você quando era ministra do Meio Ambiente”, disparou Dilma,afirmando que houve casos de integrantes do ministério à época comandado por Marina envolvidos na compra de madeira de desmatamento. E chegou a lembrar: “Participamos do mesmo governo”.

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