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Temer inicia retaliação e exonera aliados de traidores da base

Foram demitidos dois funcionários da administração federal que tinham sido indicados por congressistas dissidentes

Por Da Redação
Atualizado em 4 ago 2017, 22h19 - Publicado em 4 ago 2017, 18h58

O presidente Michel Temer (PMDB) exonerou aliados de deputados dissidentes da base aliada que ocupavam cargos na administração federal. As demissões até agora envolvem apadrinhados de parlamentares do PSDB e do Centrão, grupo integrado por PP, PSD, PR e PTB, e fazem parte da retaliação do Palácio do Planalto aos que declararam voto a favor do prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra Temer.

As exonerações começaram no mesmo dia da votação da denúncia contra Temer no plenário da Câmara, na última quarta-feira. Naquele dia, o governo exonerou Thiago Maranhão Pereira Diniz Serrano do cargo de superintendente regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) da Paraíba. Para o lugar dele, nomeou Bartolomeu Franciscano do Amaral Filho.

Maranhão tinha sido indicado pelo deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB). O parlamentar integra o movimento dos “cabeças-pretas”, como ficaram conhecidos integrantes da ala jovem do PSDB que defendem o desembarque do partido do governo. Cunha Lima foi um dos 21 deputados do PSDB que votaram a favor da continuidade da denúncia contra Temer.

Nesta sexta-feira, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a exoneração do engenheiro Vissilar Pretto do cargo de superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de Santa Catarina. A demissão foi uma retaliação a Jorginho Mello (PR-SC), responsável pela indicação de Pretto. Mello foi um dos nove deputados do PR que votaram pela abertura de investigação contra Temer.

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Cobrança

Parlamentares que se mantiveram fiéis ao presidente cobram do Palácio do Planalto punição a deputados da base aliada que votaram contra Temer. Integrantes do Centrão ameaçam, inclusive, votar contra a reforma da Previdência, caso não haja retaliação. O argumento é de que, se o governo não fizer isso, deputados leais a Temer na votação da denúncia se sentirão desobrigados a votar a favor da mudança nas regras previdenciárias.

Para lideranças do Centrão, se não houver punição aos dissidentes, deputados da base aliada que foram fiéis a Temer vão acabar cedendo às pressões de suas bases eleitorais para votar contra a reforma. Segundo um líder do grupo, o pensamento comum dos parlamentares é: se posso manter os cargos votando contra, por que vou votar a favor e ficar “apanhando” nas bases eleitorais?

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Temer escalou aliados para mapear deputados que traíram o governo na votação da denúncia. Os responsáveis por fazer esse levantamento são o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o vice-líder Beto Mansur (PRB-SP). A ideia é que eles procurem conversar com os deputados que prometeram votar com o governo, mas que, na hora de declarar a posição no plenário, mudaram de ideia.

Temer conseguiu barrar a denúncia com 263 votos, mas previsões de integrantes da base aliada mostravam que esse número poderia chegar a 300 deputados. Entre as traições inesperadas estão, por exemplo, as de Luiz Carlos Heinze (PP-RS), e do cantor Sérgio Reis (PRB-SP). Os votos favoráveis ao prosseguimento da denúncia somaram 227, menos do que os 342 necessários para enviar a acusação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

(Com Estadão Conteúdo)

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