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Sob protestos, CPI da Merenda elege presidente tucano

Marcos Zerbini foi o escolhido pelo colegiado para presidir os trabalhos. Em sessão com a presença de estudantes, membros da CPI não elegeram o relator

Por Da Redação
22 jun 2016, 18h50

Sob os gritos de “não representa” e “chapa branca”, a CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) elegeu nesta quarta-feira o deputado tucano Marcos Zerbini como presidente da comissão que vai investigar as suspeitas de desvio de recursos em contratos de fornecimento de merenda em escolas da rede do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e prefeituras paulistas. O deputado Adilson Rossi, do PSB, partido do vice-governador Márcio França, foi escolhido o vice-presidente da comissão parlamentar de inquérito, que tem oito dos nove membros na base governista.

O deputado Alencar Santana (PT), único da oposição a integrar a CPI, candidatou-se às duas vagas, mas obteve apenas o próprio voto. O líder da bancada petista, Zico Prado, disse que vai acionar a Justiça para que o partido tenha mais uma cadeira na Comissão, composta por 9 parlamentares. “Não foi respeitado o princípio da proporcionalidade nesta Casa. Não só o PSDB, mas também o PT tem direito a duas vagas”, disse.

Por diversas vezes, a sessão, que durou pouco menos de uma hora, foi interrompida por Zerbini por causa dos gritos de ordem de estudantes. A principal queixa foi contra a proposta do tucano de realizar a primeira sessão de trabalhos na próxima terça-feira em uma reunião reservada (sem a presença do público, apenas deputados, assessores e jornalistas). Após críticas, a proposta foi descartada e a sessão será aberta.

Zerbini disse que o intuito da medida era fazer uma sessão “mais tranquila” para “montar o organograma de trabalho da comissão” e negou que a base de Alckmin vai “blindar” o governo na Comissão. Segundo o tucano, todas as denúncias, que envolvem, principalmente, contratos da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) com a Secretaria Estadual da Educação, serão apuradas com isenção. “Vamos agir de forma democrática e apurar o que tiver de ser apurado”, afirmou.

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O petista João Paulo Rillo e o deputado Carlos Gianazzi (PSOL), que apoiaram a ocupação do plenário da Alesp por estudantes no início de maio para pressionar os parlamentares a instalarem a CPI, já apresentaram 29 requerimentos para que a comissão solicite documentos e convoque a depor nove pessoas, entre as quais os secretários da Educação, José Renato Nalini, e seu antecessor Herman Voorwald. Os pedidos, contudo, não foram analisados.

“Com essa formação na comissão a Assembleia vai reproduzir seu histórico de blindagem para não investigar os escândalos de corrupção, desvios e pagamentos de propina nos governos do PSDB”, disse Gianazzi. O presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Emerson Santos, disse que se os deputados tentarem obstruir a investigação da CPI ou realizar sessão fechada, os estudantes voltarão a ocupar o plenário da Alesp.

Na próxima terça-feira, a CPI volta a se reunir às 10h para aprovar os primeiros requerimentos e escolher o relator da comissão, que ficará encarregado de redigir o relatório final da investigação. O deputado Delegado Olim (PP) é um dos cotados para a função. Membros do PSDB, porém, defendem a indicação de Estevam Galvão (DEM). A CPI tem prazo de 120 dias e as sessões devem ocorrer durante o recesso parlamentar de julho.

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O presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), é um dos investigados pela Operação Alba Branca, da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual (MPE), que descobriu um esquema de superfaturamento e pagamento de propina em convênios da Secretaria da Educação com a Coaf para o fornecimento de suco de laranja para merenda no Estado e municípios paulistas.

Outros dois deputados estaduais – Fernando Cury (PPS) e Luiz Carlos Gondim (SD) – foram citados por investigados e delatores da Alba Branca. Todos negam as acusações. Deputados da base de Alckmin vão querer investigar os contratos da Coaf com 22 prefeituras paulistas, entre as quais, São Bernardo e São José dos Campos, ambas administradas pelo PT.

(com Estadão Conteúdo)

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