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Sarney, enfim, reunirá Comissão Representativa

Senadores deverão ouvir explicações do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra sobre denúncias de favorecimento e nepotismo

Por Luciana Marques
10 jan 2012, 12h43

Com uma semana de atraso, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), enfim, decidiu reunir a Comissão Representativa do Congresso Nacional. O peemedebista só aceitou marcar o encontro, previsto para a tarde desta quinta-feira, depois de receber um telefonema do ministro da Integração, Fernando Bezerra. O próprio ministro pediu a Sarney que fosse convocado pelo grupo para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de favorecimento e nepotismo que pesam contra ele. De acordo com a assessoria da pasta, Bezerra falará aos parlamentares nesta quinta.

Na semana passada, o PPS já tinha encaminhado uma solicitação a Sarney para que ele convocasse a comissão com o objetivo de discutir o fato de o ministro da Integração, Fernando Bezerra, ter priorizado recursos de prevenção a enchentes para Pernambuco, região onde é radicado. O pedido, no entanto, foi ignorado pelo peemedebista, que agora cumpre ordens do Palácio do Planalto, de onde partiu a recomendação para que Bezerra se explicasse. Dilma considera as denúncias contra Bezerra inconsistentes e orientou o ministro a se explicar publicamente.

Outros dois requerimentos foram anunciados pelos líderes do PSDB, Alvaro Dias (PR), e do DEM, Demóstenes Torres (GO) e devem ser protocolados ainda nesta terça. A Comissão Representativa, de maioria governista, não deve dar dor de cabeça ao ministro. O grupo é composto por dezessete deputados federais e oito senadores que ficam de sobreaviso durante o recesso parlamentar, em caso de urgência.

Em entrevista nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto, Bezerra disse estar disposto a prestar todos os esclarecimentos. “Solicitei a Sarney que me convocasse para que possa levar explicações e tirar qualquer dúvida em relação à gestão dos recursos da defesa civil na minha pasta”, disse o ministro. Bezerra foi simbolicamente escalado para dar início ao anúncio de medidas emergenciais por causa das chuvas. Disse estar “tranquilo”. “Se não contasse com a confiança e apoio da presidente, não estaria nessa solenidade”.

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Leia também: Dilma reforça blindagem a Bezerra, afundado em denúncias

Blindagem – A situação de Bezerra começou a se complicar na semana passada, quando se descobriu o uso político de verbas de prevenção a enchentes. Embora não esteja na lista de regiões com maior risco de inundações, o estado de Pernambuco, berço eleitoral do ministro, recebeu 90% da verba antienchente da pasta. No final de semana, revelou-se que ele utilizou verba pública para projetar o filho, deputado Fernando Coelho Filho (PSB), em Petrolina, cidade onde o parlamentar deseja eleger-se prefeito neste ano. Nesta segunda-feira, o jornal Folha de S. Paulo informou que o ministro comprou por duas vezes o mesmo terreno quando era prefeito de Petrolina – utilizando-se, é claro, de verba pública.

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Nesta terça-feira, o jornal O Estado de S. Paulo informa que, em outubro do ano passado, o ministro nomeou o tio, o ex-deputado federal Osvaldo Coelho (DEM), membro do comitê técnico-consultivo para o desenvolvimento da agricultura irrigada, criado dias antes pela pasta. Agora, já são dois os parentes do titular da Integração empregados no governo: Bezerra também nomeou o irmão, Clementino, presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).

Após as denúncias de favorecimento, Coelho foi demitido nesta terça-feira. A exoneração, assinada por Dilma Rousseff, foi publicada no Diário Oficial da União. Coelho será substituído no cargo por Guilherme Almeida.

Apesar de todos os episódios que vieram à tona nos últimos dias, Bezerra conta com um padrinho forte: o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Em meio à crise, Campos, que acumula o cargo de presidente do PSB, comandou a ação de blindagem. O método: dividir com Dilma a responsabilidade – e o desgaste político – pela distribuição dos recursos. Depois de passar por desentendimentos com aliados em 2011, com a queda de ministros do PMDB, do PR, do PDT e do PCdoB, Dilma não quer comprar briga com o PSB. Precisa do apoio do partido para as votações no Congresso Nacional e não pode perder de vista as alianças para as eleições deste ano.

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