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Rejeição de denúncia recebeu apoio de deputados pró-impeachment

Dos 263 votos contra o andamento do processo de Temer, 80,2% foram de parlamentares a favor da saída de Dilma

Por Da Redação
Atualizado em 3 ago 2017, 10h06 - Publicado em 3 ago 2017, 09h56

A suspensão do prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara teve apoio dos deputados que, há um ano e três meses, autorizaram o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência. Dos 263 votos contra o andamento do processo contra o peemedebista nesta quarta-feira, 80,2% foram de parlamentares que apoiaram o impeachment.

Na ocasião, 367 deputados votaram pela abertura do processo que levou à cassação da petista e 137 contra. A composição da Câmara mudou pouco desde então: 40 dos 513 parlamentares que participaram da histórica sessão do dia 17 de abril de 2016 não exercem mais o mandato. Dos que entraram em seus lugares, 22 votaram a favor de Temer.

O placar contra o peemedebista, de 227 votos, foi maior do que Dilma conseguiu arregimentar para tentar barrar o seu impeachment. Dos favoráveis à denúncia, 101 votaram contra o afastamento da petista no ano passado.

Houve ainda um pequeno grupo, de 23 deputados, que foi governista nas duas votações: favorável tanto a Dilma – contra o impeachment – quanto a Temer. O deputado Zeca Cavalcanti (PTB-PE) foi um deles.

“Não mudei de lado”, disse Cavalcanti. “Não me arrependo de ter votado contra o impeachment. O meu voto sobre a denúncia foi pelo momento que o País passa, pois não acho que uma nova troca de governo, com uma interinidade, vá ajudar. Meu voto foi no sentido de dar estabilidade. Não foi para arquivar a investigação, mas que aguarde o fim do mandato do presidente.”

Outro que votou contra o impeachment e agora contra a denúncia foi o ministro dos Esportes, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), exonerado na quarta para engrossar os votos pró-Temer na Câmara. Na época do processo contra Dilma, Picciani era líder do PMDB e um dos principais defensores da então presidente no partido.

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Discursos

O tema do impeachment esteve presente em grande parte dos discursos de deputados que justificavam seus votos. A maioria pedindo “coerência” ao cobrar voto pelo andamento da denúncia contra o presidente.

“Nem Dilma, nem Temer e nem (Rodrigo) Maia (presidente da Câmara). São denúncias graves. Não dá para esconder o sol com a peneira”, afirmou Pompeo de Mattos (PDT-RS), a favor do impeachment e a favor da denúncia.

“Esta casa retirou uma presidente sem crime e agora barra uma investigação em que tem impressões digitais do crime”, afirmou o petista Luiz Sérgio (RJ), ao microfone.

A comparação entre as duas votações na Câmara no período também explicitou a divisão dos dois principais partidos que faziam oposição a Dilma. Enquanto PSDB e DEM foram unânimes na votação do impeachment, ficaram rachados na análise sobre Temer.

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No PSDB, 22 dos 47 votaram pela suspensão do prosseguimento da denúncia, enquanto 21 foram contra. Houve ainda 4 ausências. Já no DEM a divisão foi menor. Dos 30 votos da legenda, 23 foram pró-Temer, 5 contra, uma abstenção e um não votou – o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), primeiro na linha sucessório caso Temer seja afastado.

O PMDB, partido de Temer votou a favor dele de forma massiva tanto no ano passado quanto agora. Na época do impeachment, apenas 10% dos peemedebistas da Câmara apoiaram Dilma – assim, a bancada abriu caminho para que o então vice-presidente assumisse o comando do Palácio do Planalto. Na quarta-feira, 84% dos integrantes do partido ajudaram o presidente a derrubar a ameaça de prosseguimento da denúncia por corrupção passiva.

Oposição

O PT votou de forma fechada, nas duas ocasiões: 100% de votos a favor de Dilma e zero votos pró-Temer. Esse mesmo comportamento foi exibido pelos parlamentares do PC do B e do PSOL.

Na sessão de ontem, nenhum partido deu 100% de seus votos a Temer – as exceções foram os nanicos PSL e o PEN, cujas bancadas só têm três integrantes.

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(Com Estadão Conteúdo)

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