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Quais são e como pensam os movimentos que vão para a rua contra Dilma no domingo

Com reivindicações e características diferentes, grupos falam em levar milhares de pessoas às ruas por todo o país no grande ato pela saída de Dilma

Por Pieter Zalis e Eduardo Gonçalves
11 mar 2015, 15h07

O único grito que aproxima os principais movimentos organizadores das manifestações do dia 15 de março – Vem pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados Online – é a insatisfação com o governo Dilma Rousseff. Por trás desse pleito comum, há diferenças significativas entre eles, como os meios pelos quais buscam a saída da presidente, a diferença na faixa etária e posição social de seus integrantes e o alinhamento com partidos políticos.

Defensores do liberalismo na economia, Vem pra Rua e Movimento Brasil Livre já tentaram uma aproximação, mas o perfil moderado de empresários mais velhos do Vem pra Rua, que não querem o impeachment de Dilma Rousseff, não casou bem com a juventude mais rebelde do Movimento Brasil Livre. Também a favor do impeachment, o Revoltados Online, por meio de sua única figura pública, Marcello Reis, causa certa repulsa aos outros dois grupos. Motivo: suas posições passadas, como a defesa da intervenção militar e mensagens com conotações religiosas.

“O impeachment pode ser um tiro no pé porque depende da maioria política para ser aprovado no Congresso. Nós ainda não vemos base jurídica consistente para fazer isso”, afirma Rogério Chequer, de 46 anos, porta-voz do Vem pra Rua. Renan Haas, 31 anos, um dos líderes do MBL em São Paulo discorda: “Que prova você precisa mais? Bilhões de reais foram desviados [da Petrobras] e ela não sabia de nada?”.

Conheça quem são os líderes e quais são as principais bandeiras desses grupos que prometem levar para a Avenida Paulista mais de 200.000 pessoas no próximo domingo.

Renan Haas e Kim Kataguiri, de 19 anos, exemplificam bem o perfil dos integrantes do Brasil Livre. Um mantém uma microempresa de marketing digital, e o outro, um canal no YouTube, no qual publica esquetes humorísticos, ironizando líderes de esquerda, como Stalin, Fidel Castro e Hugo Chávez. Ambos têm como suas principais referências nomes do neoliberalismo, como a ex-primeira ministra do Reino Unido Margaret Thatcher e o ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan. Saindo das redes sociais, onde se concentra a maior parte das atividades, eles também promovem ações de ruas. No mês passado, o grupo fez um evento para contrapor a pauta do Movimento Passe Livre pela tarifa zero no transporte público. Desde novembro do ano passado, quando foi criado, o Brasil Livre já organizou três protestos contra a presidente Dilma Rousseff em São Paulo.

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O Vem pra Rua foi constituído em setembro de 2014 durante as eleições – desde então, marcaram cinco protestos. No segundo turno das eleições, chegaram a declarar voto no candidato do PSDB, Aécio Neves. Agora, tentam se livrar da pecha de que são financiados pelos tucanos e se autointitulam “suprapartidários, republicanos e ordeiros”. Com exceção de Chequer, que é empresário e engenheiro de formação, a maioria dos integrantes reluta em se identificar. A comunicação entre os integrantes é feita pelo aplicativo Whatsapp.

Mais antigo do que os outros grupos, o Revoltados Online é centrado na figura de Marcello Reis, de 40 anos. Desempregado desde dezembro de 2014 depois que um deputado petista o chamou de neonazista no plenário da Câmara, Reis dedica 100% do seu tempo ao desejo de “tirar o PT e a presidente Dilma do poder”. Sua página no Facebook chega a publicar dez postagens por dia. Criado em 2004, o grupo já protestou contra a PEC 37, que pretendia restringir o poder de investigação do Ministério Público. “Eu cheguei a convocar 15.000 pessoas nos protestos de junho de 2013, mas só deram ênfase para o MPL”, disse.

Os três grupos negam receber recursos de partidos políticos ou de empresas. O MBL informou que chega a amealhar 5.000 reais por mês com cliques no YouTube e doações espontâneas feitas pela internet. O Vem pra Rua não informou valores, mas disse que recolhe dinheiro entre os membros para contratar caminhões de som e confeccionar faixas e cartazes. O Revoltados Online angaria fundos com a venda do chamado “kit manifestação” – camiseta, boné e adesivos ao custo de 175 reais.

Grupo pró-militar – Paralelamente a esses movimentos, outro grupo – menor, mas mais barulhento – tem ganhado força nos atos contra Dilma: os Intervencionistas Independentes, que pedem a volta da ditadura militar. O Brasil Livre e o Vem pra Rua já planejam estratégias para não serem associados aos Intervencionistas. Em uma reunião realizada com o comando da Polícia Militar, ficou definido que cada movimento ficará com um pedaço da Avenida Paulista: O MBL no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), o Vem pra Rua na altura da Rua Pamplona, e o Revoltados em frente à sede da Petrobras.

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