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PT tenta retaliar Serraglio, ex-relator da CPI dos Correios

Deputado afirmou que petistas tentaram barrar as investigações do esquema

Por Da Redação
3 ago 2012, 10h05

O deputado federal Osmar Serraglio(PMDB-PR), relator da CPI dos Correios, que investigou o esquema do mensalão em 2005, não se esquiva de falar quando perguntado sobre o maior esquema de corrupção da história do país. Em entrevista concedida ao site de VEJA em maio deste ano, Serraglio deixou claro: a comissão produziu provas suficientes da existência do esquema, apesar dos entraves que a base aliada impôs à investigação. O parlamentar voltou ao assunto em julho deste ano, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. E não foi perdoado pelos petistas. Agora, o partido trabalha para tirar o deputado da vice-liderança do governo na Câmara, sob o argumento de que ele agiu contra as ordens da presidente Dilma Rousseff, que determinou distância do julgamento do mensalão. Causaram mal-estar no Planalto e no partido declarações de Serraglio segundo as quais à época do escândalo, em 2005, petistas agiam como uma “tropa de choque” na CPI dos Correios a fim de impedir investigações contra o então ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Entrevista: Osmar Serraglio: ‘Não admito ouvir que o mensalão não existiu’

Sobre os entraves políticos à investigação, Serraglio disse a VEJA: “Os trabalhos não eram abertos e independentes como prevê a força de uma CPI. Mas os problemas começaram, de fato, quando perceberam que a comissão não seria chapa-branca. A partir daí foi criada a CPI do Mensalão, que nos deixou sem competência legal para investigar o esquema. Passamos a apurar somente a origem do dinheiro – e não mais sua destinação. Percebemos que a intenção era fazer com que nossa investigação não chegasse a lugar algum”.

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Nesta quarta-feira, primeiro dia de trabalho depois das férias parlamentares, os deputados Arlindo Chinaglia e Jilmar Tatto, líderes do governo e do PT na Câmara, respectivamente, procuraram a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para reclamar do aliado.

A conversa foi sobre a substituição do vice-líder. A portas fechadas, no gabinete de Ideli no Palácio do Planalto, o comentário revelava a irritação. A queixa não chegou a Dilma, segundo seus auxiliares, mas o PMDB do vice-presidente Michel Temer foi acionado e enquadrou Serraglio. Líderes peemedebistas telefonaram para o deputado e determinaram que ele pare de falar sobre as investigações do mensalão.

Ideli teria ficado furiosa com o trecho da entrevista no qual Serraglio vinculou o nome dela à blindagem de José Dirceu, hoje o principal réu do mensalão. “A tropa de choque que dificultava a evolução da investigação era formada por (Carlos Augusto) Abicalil, (Jorge) Bittar e Ideli (Salvatti), que era senadora à época”, disse o ex-relator da CPI na entrevista.

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Serraglio afirmou que o PT barrava qualquer iniciativa da comissão para proteger Dirceu. “Faltou muita coisa. Muito do que eles ficam batendo agora que �não tá provado isso, não tá provado aquilo� é porque a gente estava amarrado, não tínhamos liberdade”, disse. “Hoje, por exemplo, o Dirceu fala que não tem nada a ver com isso. Poderíamos ter feito provas muito mais contundentes em relação à evidente ascendência que ele tinha”.

Apesar da ordem dada por líderes do PMDB para Serraglio seguir a lei do silêncio sobre o mensalão, petistas não acreditam que ele cumprirá a determinação. É com esse argumento que seus desafetos no Congresso tentam tirá-lo da vice-liderança.

Preocupação – A nova queda de braço do PT com o PMDB – em meio ao julgamento do mensalão e a seis meses da troca de comando na Câmara e no Senado – causa preocupação no Planalto. Para Serraglio, a tese de que o dinheiro dado aos partidos aliados no governo Lula era “só de caixa 2” não inocenta os réus do PT. É, inclusive, confissão de culpa. Nesta quinta-feira, nem ele nem Ideli quiseram comentar o assunto.

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(Com Agência Estado)

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