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PT quer dobrar vagas ao Senado

Levantamento revela que partido tende a abocanhar mais cadeiras na Casa nestas eleições e pode virar a segunda legenda em número de senadores

Por Gabriel Castro e Luciana Marques
23 ago 2010, 07h59

José Eduardo Dutra, presidente do PT: “É fato que o presidente Lula nos oito anos tinha uma maioria teórica; mas quando chegava a hora da votação muitas vezes ela não se revelou na prática”.

No governo Lula, o Senado foi uma Casa de incertezas para o Executivo – apesar da teórica maioria aliada. Agora, embalado pela popularidade recorde do presidente, o PT trabalha para conquistar território e facilitar o trabalho do Planalto em uma eventual gestão Dilma Rousseff. O objetivo é evitar novas surpresas desagradáveis. Foi no Senado que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) foi sepultada – uma das maiores derrotas do governo.

Para o cientista político da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Antonio Flávio Testa, a conquista de uma bancada significativa no Senado é etapa de uma estratégia de ocupação de espaços pelo PT. Como só na última década a legenda passou a eleger uma grande quantidade de representantes em prefeituras, governos e na Câmara, não havia muitos quadros com rodagem suficiente para chegar ao Senado.

Para superar o déficit, a cúpula do partido partiu para ofensiva nestas eleições. Acompanhou de perto reuniões em cada estado a fim de lançar políticos com histórico positivo de votação.

“Desde o início incentivamos os diretórios estaduais a colocarem nomes competitivos para disputar o Senado. Há candidatos que já disputaram o governo ou que foram bem votados como deputados federais”, conta o presidente do partido, José Eduardo Dutra.

Há quatro anos, os petistas emplacaram nove senadores. “Em uma análise com o pé no chão, acho que agora podemos ficar com uma bancada entre 15 e 17”, diz Dutra.

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Levantamento – Embora inflada pelo otimismo, a análise é semelhante à conclusão de um estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). O levantamento aponta que a maioria dos partidos deve perder espaço para dar lugar a um crescimento da bancada do PT, que ficaria com algo entre 13 e 15 parlamentares.

Com isso, as três maiores bancadas da Casa – PMDB, PSDB e DEM – tendem a perder espaço.

Pelas contas do Diap, o PMDB – que elegeu 18 senadores em 2006 – passaria a ter entre 15 e 17. O vice-presidente do partido, Valdir Raupp, discorda: “Vamos ficar, na pior das hipóteses, com 18”. Para ele, apesar do crescimento da bancada petista, os peemedebistas continuarão dominando as cadeiras da Casa.

O Diap confirma a tendência: o PT sairia da quarta para segunda bancada, ficando atrás apenas do PMDB. A estimativa é de que o PSDB, que emplacou 14 senadores nas eleições passadas, eleja 12 ou 13 em 2010. Entretanto o senador Álvaro Dias não acredita em recuo: estima que os tucanos vão manter as 14 cadeiras.

Pedra no Sapato – O prognóstico de avanço do PT na próxima gestão não garante uma maioria confortável para o bloco que hoje compõe a base aliada. No papel, os partidos de oposição contam hoje com 30 das 81 vagas do Senado.

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Na prática, a realidade é outra. Nomes de partidos aliados, como Pedro Simon (PMDB), Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Mão Santa (PSC) são tidos como “rebeldes” pelos governistas. A bancada do PTB – que nestas eleições está ao lado de José Serra – também tem atuado de forma mais independente.

José Eduardo Dutra analisa: “É fato que o presidente Lula nos oito anos tinha uma maioria teórica; mas quando chegava a hora da votação muitas vezes ela não se revelou na prática”.

Na avaliação de Valdir Raupp, contudo, a bancada peemedebista deve ser mais comportada a partir de 2011, em caso de vitória de Dilma Rousseff. Isso graças à presença de um vice do PMDB: Michel Temer. “A tendência é ter uma base mais homogênea”, afirma.

Grafico DIAP

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